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1 a cada 650 crianças nascem com a Fissura Labiopalatina. Vamos saber mais sobre essa má-formação?

Anos atrás era comum ver pessoas com essa condição em idade adulta sem buscar a correção, pois não se tinha muita informação sobre o assunto. Popularmente conhecido como lábio leporino, é alvo de olhares preconceituosos de muitos que não conhecem o assunto e acreditam não ter cura. Mas o que é o lábio leporino? São más-formações congênitas que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião e resultam no desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato (céu da boca), enquanto o bebê está se formando, antes de nascer.

O lábio e o céu da boca desenvolvem-se separadamente durante os três primeiros meses de gestação. Nas fissuras mais comuns o lado esquerdo e o direito do lábio não se juntam, ficando uma linha vertical aberta. A mesma situação pode acontecer com o céu da boca ou palato. Em casos mais raros pode haver duas fissuras no palato, uma do lado direito e outra do lado esquerdo.

Alguns bebês fissurados podem ter problemas com relação a alimentação, e o uso de mamadeiras com bicos especiais ou o posicionamento do bebê na hora da alimentação pode resolver o problema.Se a fissura afetar somente o lábio, provavelmente os dentes não terão problemas. Mas se a fissura atingir a gengiva, onde os dentes nascem e crescem, o bebê necessitará de cuidados com profissionais especialistas.

Alguns mitos ainda rodeiam esse tema e vamos citar abaixo:

Será que a fissura não tem cura? Para corrigir o problema, o tratamento e correção da fissura não se restringem apenas ao procedimento cirúrgico, sendo que outros profissionais também estarão envolvidos. Quando a malformação está localizada no lábio, a melhor idade para se operar é a partir dos 3 meses de vida, pois já tem mais segurança, devido ao desenvolvimento de ossos e com maior peso. Quanto ao palato, a melhor idade deve ser antes da criança articular as palavras de forma completa, por volta dos 12 a 18 meses, dependendo do tipo e do tamanho da fissura. Então a doença tem cura sim.

Meu filho nunca vai ter uma vida normal por causa da fissura? Para alguns casos, somente a cirurgia resolve o problema, em outros, existe a necessidade de tratamento complementar fonoaudiológico e odontológico. Mas uma vez que esses tratamentos são realizados, o paciente pode ter uma vida normal.

Não tenho ninguém na família com essa condição, isso não é genético? Existem alguns estudos que admitem a hipótese que vários fatores podem provocar o nascimento de bebês com fissuras, além de hereditariedade. Os mais comuns são os chamados fatores ambientais, algumas causas maternas (diabetes e hipotireoidismo, por exemplo), viroses (como rubéola ou toxoplasmose), deficiências nutricionais (deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico), uso de certos medicamentos (anticonvulsivantes, altas doses de aspirina, corticosteroides, imunossupressores), ou ainda fumar, usar drogas ou bebidas alcoólicas principalmente no primeiro trimestre da gestação.

O tratamento do lábio leporino tem início no nascimento e se estende até a fase adulta e inclui não só o cirurgião plástico, mas também uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogo, nutricionista, dentista, psicólogo, otorrinolaringologista, entre outros. A troca de informações entre estes profissionais é fundamental para o tratamento do lábio leporino, pois um fator interfere diretamente no outro (dentes, fala, face, funções alimentares, etc).Como o tratamento geralmente não se restringe apenas ao fechamento cirúrgico da fenda, demandando acompanhamento constante do cirurgião plástico, fonoaudiólogo, ortodontista e demais profissionais.

O Mesorregional vai dedicar essa semana para contar mais sobre esse tema. Acompanhe pelo nosso site ou redes sociais e informe-se!

Foto: Arquivo Pessoal Vanessa Corrêa da Silva

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