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Resíduos da Construção Civil: como reduzir o impacto ambiental.

Confira a coluna de Daniel Funchal, Engenheiro Civil e professor universitário que escreve semanalmente ao Notícias Vale do Itajaí:

 

O setor da Construção Civil engloba diversas atividades relacionadas a produção de obras e tanto seus benefícios como impactos em diversas esferas são de grandes proporções. Neste contexto, o impacto ambiental possui notada relevância e tem em sua composição, principalmente, mas não exclusivamente, a geração de resíduos os chamados Resíduos da Construção Civil (RCC).

O maior foco quando se trata de RCC tem sido sua destinação para local adequado ao descarte ou centrais que o utilizem como insumo para produção de algum outro produto, a conhecida reciclagem.

A correta destinação e tratamento do RCC são de suma importância, mas podem causar um perigoso relaxamento na gestão da obra, do custo total e principalmente para o meio ambiente. A partir do momento que se admite que o problema do RCC está resolvido porque temos onde jogar ou o que fazer com ele, perde-se o maior potencial para sua correta gestão que é a redução da sua geração.

Grande parte do RCC gerado poderia ser evitado através da elaboração de projetos executivos detalhados e compatibilizados, do planejamento de obra e da logística de canteiro adequados e outros fatores relacionados à gestão da obra que têm impacto direto na geração do RCC.

Foto: José Cruz / Agência Brasil

 

Mas como assim? Explico e exemplifico.

Se o projeto da estrutura for compatibilizado com a alvenaria, pode-se evitar aquela quebra do tijolo na última fiada para caber no vão remanescente. Menos resíduo, maior produtividade e menor custo.

Se o projeto de detalhamento e paginação dos pisos cerâmicos for compatibilizado com o projeto de arquitetura, podem ser evitados os fechos com baixo reaproveitamento. Menos resíduo, maior produtividade e menor custo.

Elaborar projeto de canteiro adequado ao planejamento e logística da obra, evita desperdício de materiais (quebras e danos em embalagens) e de mão de obra (descarga dificultada e grandes distâncias no transporte interno). Menos desperdício, maior produtividade e menor custo.

Aliando estes e outros exemplos a uma gestão profissional e qualificada da obra, com monitoramento e controle constantes das atividades, evitando desperdícios e restrições de produtividade, obtemos uma menor geração de RCC, maior produtividade e uma gestão mais eficiente dos custos.

Eliminar totalmente o RCC pode até ser muito difícil de alcançar, mas sua significante redução é algo facilmente atingível onde como resultados teremos um menor impacto ambiental e uma significante redução de custos.

No próximo artigo trarei alguns números (quantidades e custos) para melhor ilustrar o cenário atual deste tema. Até lá!

 

 

Daniel Funchal

Engenheiro Civil & Professor Universitário

 

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