Dia de audiência foi como uma tormenta para famílias do caso Jaguar
Ontem (6) a imprensa local acompanhou a movimentação de juristas, familiares das vítimas, do réu e da comunidade que realizou uma manifestação em frente ao Fórum de Gaspar, por conta da audiência relacionada ao acidente de trânsito que envolveu um Jaguar F-Pace, conduzido por Evanio Wylyan Prestini e um Fiat Pálio, onde estavam 5 jovens, sendo que duas delas perderam a vida e foi constatado a embriaguez de Evanio.
O Notícias Vale do Itajaí, que acompanha o caso desde o momento em que as vítimas eram socorridas, conversou com familiares de Suelen Hedker da Silveira, 21 anos e de Amanda Grabner Zimmermann, de 18, que perderam a vida por conta de uma imprudência que é considerada crime de trânsito. Também foi dada a oportunidade da defesa de Evanio e para sua irmã se manifestarem, porém apenas um dos advogados aceitou a dar poucas palavras.
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No fim da audiência – que durou cerca de 4 horas – Adriana Grabner, mãe de Amanda resumiu que esse foi mais um dia de tormenta “Não tenho muito a falar, foi uma tortura para nós… Esperávamos no mínimo um pedido desculpas, mas isso não aconteceu” disse ela, extremamente emocionada, relatando ainda que as vítimas do acidente foram submetidas a diversas perguntas e de forma ríspida, quando dirigidas pela defesa de Evanio.
O único advogado de Prestini que aceitou se pronunciar brevemente foi o ex-desembargador Nilton João de Marcerdo Machado, afirmando apenas que não teria muitos detalhes a passar, mas que nessa audiência não cabia a manifestação do acusado. “Esse momento do processo não prevê a manifestação de Evanio” disse. “Foi o exercício de livre defesa, o que se fez foram perguntas pertinentes as pessoas que estavam depondo” disse ao advogado ao afirmar que não viu que as jovens foram tratadas com rispidez.
A promotora do caso, Andreza Borinelli, afirmou que tudo transcorreu dentro da normalidade e que de seu ponto de vista, Evanio tanto deve ser manter em cárcere, quanto ser julgado pelo Tribunal do Júri. “A audiência foi dentro do esperado. Foi feito a outiva das três vítimas, mais um policial rodoviário, arrolado pela acusação e uma testemunha de defesa. Não teve nenhum pedido de soltura, por isso o réu permanece preso.” comentou a promotora. “Compreendo que para os familiares seja complicado esse momento, mas tudo ocorreu dentro da legislação.” frisou.
“Eu realmente acredito a gente tem provas mais do que suficiente para comprovar que a prática do crime é dolo eventual, não é crime culposo, por isso vai a Júri” afirmou Andreza que ainda lembrou, que além de testemunhas, há diversos vídeos que comprovam que Evanio agiu de forma dolosa, o que prevê o julgamento em Tribunal do Júri.
Para o advogado das vítimas, esse momento é crucial para fomento de provas da materialidade do crime e indícios de autoria “A audiência foi tensa, até por que as mães das vítimas estavam acompanha, mas tudo transcorreu bem” disse “Até o fim de junho devemos ter a definição se o julgamento irá ou não ao Tribunal do Júri.” quanto as indenizações solicitadas, ele afirmou que nada foi acertado até o momento.
Ao sair o Fórum, o juiz que presidiu a audiência, Lenoar Bendini Madalena também conversou brevemente com a imprensa explicando a situação em que o processo se encontra. “Eu marquei para o dia 29 de maio mais uma audiência, pra ouvir mais uma testemunha e para interrogatório do réu.” comentou o magistrado. “Depois disso será definido se ele irá ao Tribunal do Júri, ou não” disse Madalena ao prever cerca de 15 dias para a Sentença de Pronúncia, quando também será definido se Evanio permanecerá preso ou não.
Fotos: Jefferson Santos / Notícias Vale do Itajaí