Karla Medeiros, a presença da mulher no alto escalão da PM e o orgulho da profissão
Ela é primeiro tenente da Polícia Militar em Blumenau e responsável pela implantação e funcionamento da Rede Catarina de Proteção à Mulher na cidade e também responsável pelo setor de logística do 10º Batalhão da PM. Karla Medeiros é a única oficial mulher da Polícia Militar em Blumenau, presente na corporação há 5 anos.
Natural de Fortaleza, Ceará, se formou em Direito em 2011 com a intenção de fazer um concurso público e se interessava muito pela área de segurança pública, e começou a pesquisar qual carreira seguir. Então começou a conhecer como funcionava a carreira de oficial e achou muito interessante, por ser bem dinâmica, multitarefas e poderia trabalhar junto à sociedade.
Fez o concurso da PM catarinense, por considerar ser a melhor no Brasil. E veio fazer a prova junto com namorado, que também optou por fazer esse certame. O casal foi aprovado, passaram e iniciaram juntos o curso de formação por dois anos em Florianópolis. No Batalhão de Blumenau, a tenente informa que são aproximadamente a 238 pessoas no total e somente 12 são mulheres, não chegando a 10 % de presença feminina.
“Antigamente eram 6 por cento das vagas destinadas à mulheres, mas atualmente aumentou para o mínimo de 10 por cento para mulheres. Uma pequena evolução na participação feminina.” comenta Karla, que também conquistou a formação em Ciências Policiais.
Seu trabalho na Rede Catarina de Proteção à Mulher
Depois de perturbação de sossego, os maiores números de ocorrências são de violência doméstica. Esse tipo de atendimento é totalmente diferente de todas as outras causas, por ter envolvimento emocional entre as partes, são pessoas da mesma família, agem por impulso.
Rede Catarina de Proteção à Mulher é um programa da Polícia Estadual e que a Tenente Karla instituiu em nossa cidade em novembro de 2017. Essa guarnição tem o total de 4 policiais, sendo que são duas mulheres e um homem, sob seu comando. Não trabalham atendendo ocorrência, e sim no atendimento da fiscalização das medidas protetivas recebidas do judiciário das vítimas de violência. A Polícia age na antecipação para essas mulheres para saber se o agressor está cumprindo ou não e em outras situações , as visitas são feitas para o agressor, para conscientizá-lo. Desde 2018 é crime descumprir a medida protetiva e pode gerar a prisão do agressor.
Desde que o Programa iniciou, já atenderam mais de 1000 (mil) medidas protetivas, que em geral tem um prazo de 90 dias. Atualmente estão acompanhando 80 mulheres com medidas protetivas ativas.
Para esse ano, além de todo o trabalho realizado vão atuar com palestras de prevenção nas escolas para adolescentes, para conscientização no início dos relacionamentos.
“No meu trabalho nunca senti nenhum tipo de discriminação por ser mulher. O que posso dizer para inspirar outras mulheres é não ter medo de entrar numa profissão que existem mais homens e mostrar sua competência. Claro que as vezes, já pensei que tinha que demonstrar mais pra ficar em igualdade. Mas sou muito feliz na profissão que escolhi e venci as dificuldades. Estar num meio que é considerado mais masculino é um desafio diferente e gratificante.” afirma Karla.
Foto: Álbum Pessoal / Karla Medeiros