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Servidores e magistrados do Vale do Itajaí dizem que produtividade aumentou no regime home office

Para ajudar no combate à pandemia de coronavírus, o Poder Judiciário de Santa Catarina determinou que magistrados e servidores de 1º e 2º graus de jurisdição adotem o regime de home office. Apesar da mudança de endereço – dos fóruns para casa – as atividades continuam normalmente. Em Blumenau, com o acesso remoto aos sistemas SAJ e eproc, a rotina no trabalho remoto está bem parecida com o trabalho nos prédios das comarcas, com uma diferença: magistrados e servidores estão produzindo mais.

Para aproximar a equipe e manter a comunicação entre os servidores e a magistrada, a Vara da Infância e Juventude da comarca de Blumenau criou um grupo de WhatsApp temporário. Desde a última quarta-feira (18), data em que os servidores iniciaram o trabalho virtual, eles usam a ferramenta para tirar dúvidas pontuais, fazer acertos de processos nos sistemas e organizar questões sobre as audiências daquela Vara.

Para a juíza Simone Faria Locks, titular da Vara da Infância e Juventude de Blumenau, trabalhar de casa tem sido bastante produtivo. A magistrada avalia positivamente o trabalho exercido remotamente pela equipe e acredita que a produtividade de todos, se não mantida, poderá até mesmo aumentar. “Estou conseguindo dar encaminhamento aos processos pelo computador em casa, consigo acessar perfeitamente o eproc e o SAJ, tanto pelo VPN quando pelo SAJ web. Tenho mantido a mesma rotina que tinha no fórum, mas em casa que você não tem telefone para atender, não tem dúvidas do servidor no gabinete, não tem partes e advogados para atender e então o trabalho flui muito bem. Como você fica sozinho e não tem nada que te tire a atenção, o trabalho flui“, cita a magistrada.

Em Indaial, o secretário do Juizado Especial Cível e Fazendário daquela comarca, Anderson Luz dos Santos, conta como a forma de trabalho mudou nesta semana e detalha como tem sido produtiva a rotina de home office. Na sexta-feira (20), ele cumpriu plantão no Fórum de Indaial, mas desde o decreto Estadual n. 515/2020, que instituiu emergência em todo o território catarinense na noite da última terça-feira (17) para combater a pandemia de coronavírus, ele tem trabalhado virtualmente.

Se organizar e conversar com os moradores da casa é essencial, segundo o servidor. Em casa, Anderson conta que o primeiro passo para manter uma rotina de trabalho em regime home office foi combinar as regras com a família e criar uma nova rotina com a esposa e os dois filhos – um menino de seis anos e uma menina de um ano. “É preciso se policiar para ter rotina, tem que ter regra, pois mudou completamente a forma de trabalho. Com as crianças em casa, eles não entendem direito como que eu estou trabalhando se eu não saí de casa e não fui para o Fórum. Mas eu posso afirmar que a produtividade não decai. No meu caso, estou três vezes mais produtivo porque 60% do meu trabalho na comarca compreende no atendimento ao público e em casa isso não acontece. Muita gente tem receio do trabalho remoto, mas eu acredito que este momento possibilitará uma mudança comportamental geral. Aliás, vale ressaltar que acesso ao eproc é muito mais simples e ágil“, frisa o servidor que em regime home office atua na parte cartorária do Juizado. Ele menciona ainda a importância de seguir as orientações das autoridades sanitárias e governamentais.

No Litoral, a equipe da Vara da Fazenda Pública, Execuções Fiscais, Acidentes de Trabalho e Registros Públicos da comarca de Itajaí também tem usado a tecnologia para manter o trabalho em dia. O que mudou na rotina foi a forma de contato entre eles. Isolados socialmente, assessores, analistas, estagiários, chefe de cartório, técnicos e a magistrada se comunicam via e-mail, pandion e através de um grupo de WhatsApp.

Os servidores e os estagiários estão cumprindo o horário de expediente habitual, mas em regime de trabalho home office e com o atendimento ao público externo sendo feito por e-mail e por telefone. Sem o contato presencial com os jurisdicionados, a equipe se sente mais produtiva na resolução das demandas. “É uma forma diferente de trabalhar, pois ao mesmo tempo em que a ausência de atendimento presencial proporciona maior concentração nas atividades, se consegue atender os interesses da família, em especial, dos filhos“, ressalta da juíza Sonia Maria Mazzetto Moroso Terres, titular da Vara da Fazenda Pública, Execuções Fiscais, Acidentes de Trabalho e Registros Públicos da comarca de Itajaí.

Imagens: Divulgação/PJSC

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