Fundador da Ricardo Eletro é preso acusado de sonegar R$ 400 milhões em impostos e por lavagem de dinheiro
Na manhã desta quarta-feira,08, foi preso em São Paulo o empresário Ricardo Nunes, fundador da rede varejista de eletrodomésticos Ricardo Eletro na Operação Direto com o Dono, deflagrada pelo Ministério Público de MG em parceria com a Secretaria da Fazenda mineira e a Polícia Civil. Ele é acusado de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. A investigação envolve mais empresários do ramo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos e apura a sonegação de cerca de R$ 400 milhões em impostos.
Além dos mandados de prisão, a justiça já determinou o sequestro de bens imóveis do dono do negócio, avaliados em cerca de R$ 60 milhões, com a finalidade de ressarcir o dano causado ao Estado de Minas Gerais.
A investigação ganhou força após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de novembro de 2019, que definiu como crime a apropriação de ICMS cobrado de consumidores em geral e não repassados ao Estado.
Segundo as investigações, a fraude acontecia da seguinte forma: as empresas da rede de varejo cobravam dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente ao imposto. Mas não era feito o repasse e a empresa se apropriava desses valores. O montante da sonegação com o Estado de Minas Gerais chega a R$ 400 milhões, mas a mesma rede tem dívidas vultosas em praticamente todos os Estados onde possui filiais.
o a
A História da Ricardo Eletro
A Ricardo Eletro surgiu em 1989 numa cidade do interior de Minas Gerais chamada Divinópolis. Expandiu para o interior do estado, chegando na capital mineira em 1999. Em 2010, se funde com a Insinuante, criando o terceiro maior grupo varejista do Brasil em 2010, a holding Máquina de Vendas. Em 2011, entra para a Máquina de Vendas a rede regional Salfer, com atuação no Paraná e Santa Catarina. No mesmo ano de 2011, o empresário foi condenado à prisão por corrupção ativa, em denúncia da Procuradoria da República, por pagar propina a um auditor da Receita para livrar a empresa de uma autuação. Ricardo Nunes recorreu da decisão. Em 2018, o grupo entrou com uma ação de recuperação extrajudicial e, no ano passado, foi vendido para o fundo de investimentos e reestruturação Starboard.
Foto: Reprodução redes sociais