Com operação, GAECO busca deixar quadrilha de golpistas ‘Off Line’
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou a primeira operação de destaque com a equipe de Blumenau. Durante a manhã desta quarta-feira (26) cerca de 70 policiais civis e militares através da operação denominada “Off-Line” cumpriram sete prisões preventivas, nove prisões temporárias, três conduções coercitivas e 20 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Blumenau, por conta de golpes aplicados por uma quadrilha que montavam sites de venda na internet e aplicavam golpes contra os compradores, já que não faziam a entrega dos produtos.
De acordo com as informações repassadas pelo Grupo, as investigações começaram a partir de um procedimento instaurado pela 15ª Promotoria de Blumenau para apurar a prática de reiteradas fraudes em vendas virtuais realizadas em todo o Brasil. O GAECO iniciou as investigações a partir do mês de março e apurou a existência de uma organização criminosa que atua na criação de falsas empresas virtuais e realiza vendas de produtos variados pelo site, recebendo os pagamentos através de boletos ou depósitos bancários, sem fazer qualquer tipo de entrega.
“As informações vieram através reclamações cadastradas no Procon, de que pessoas reclamavam que efetuavam compras pela internet, mas que não havia integras dos produtos aos adquirente.” disse o promotor Odair Tramontin. Através da investigação foram identificadas seis lojas virtuais falsas e com as investigações foi possível identificar que essas loja ficavam cerca de três a quatro semanas ativas e assim que as pessoas começavam a fazer reclamações as lojas eram retiradas do ar. “A gente foi evoluindo com as investigações, fomos identificando as lojas e chegamos a um total de 19 lojas virtuais que faziam parte da rede dos golpistas, mas em depoimentos foi nos relatado que esse número pode ultrapassar cem lojas.” afirmou o promotor.
Segundo o Ministério Público, para dar aparência de realidade da falsa atuação comercial, foi apurado que o grupo aluga espaços físicos e faz plotagens para ser fotografado, simulando a existência de endereço físico da atividade anunciada. A quadrilha coloca as imagens em seus sites fazendo com que os consumidores acreditem que a atividade seja licita. “Já foi possível identificar que as vendas eram feitas para o Brasil inteiro, como para os estado de Goiás, Mato Grosso e até para o Pará. O grupo movimentava aproximadamente em cada loja virtual de cento e cinquenta e duzentos mil reais por mês.” explicou Tramontin.
Confira a entrevista coletiva concedida pelo promotor Odair Tramontin:
Foi identificado que familiares e amigos dos integrantes da quadrilha faziam vídeos simulando que recebiam normalmente produtos supostamente comprados e faziam depoimentos para estimular a compra de quem tinha alguma dúvida sobre a idoneidade das lojas virtuais. Poucas vítimas foram identificadas agora. Entre os nomes das lojas virtuais identificadas e já desativadas pelos criminosos, são elas: Floripa Compras, Star Varejo, Inter Digitais, Ipiranga Ofertas, Floripa Magazine, Loja Sul, Mercadão Eletrônico, Muller Eletro, Loja Ipiranga, Loja Master Shop Store, Floripa Compras, entre outras, todas já desativadas.
O golpe era sempre aplicado por conta de pagamentos a vista realizados pelos compradores. “Um dos atrativos que a quadrilha oferecia através do site era um valor muito atraente para pagamentos a vista, através de depósitos e transferências bancárias e também por boletos.” explicou o major Alexsandro Kalfeltz, da Polícia Militar.
“Eles formavam micro empresas individuais que podem movimentar até R$ 60 mil, mas chegaram a movimentar até o dobro disso em apenas em uma semana. Algumas instituições financeiras onde eram abertas contas bancárias através de laranjas acabavam bloqueando parte do dinheiro por conta da movimentação atípica.” complementou o delegado de Polícia Civil Paulo Koerich. Esses laranjas também recebiam cerca de 10% de comissão do volume movimentado em suas contas.
Durante o cumprimento de mandatos houve duas prisões em flagrantes por tráfico de drogas e também por porte ilegal de arma. Em Gaspar a Polícia Civil, apreendeu um revolver calibre .38, uma pistola cal.380, munições, drogas, uma balança, e R$ 417,00.