Representados?
O nosso colunista Ramon Aguiar Benedett que escreve quinzenalmente às quartas-feiras, aqui, vem falando sobre o cotidiano, no seu último artigo deu boas vindas ao sobrinho recém-nascido e hoje volta a fazer ponderações sobre como ‘os homens das política’ atuam no Brasil. Reflexo dos brasileiros? Aproveite bem a leitura:
O assunto já saiu das manchetes mas não da cabeça de muita gente. Nossa câmera dos deputados negou a admissibilidade do processo contra o presidente da República, Michel
Temer. Nosso congresso que existe para fiscalizar e legislar, além de precariamente exercer
suas funções, decidiu por não deixar o judiciário realizar as suas.
Trabalhando no comercio varejista há anos, já tive a oportunidade de vivenciar alguns delitos cometidos por colaboradores. Todos flagrados com a “mão na massa” levando mercadorias escondidas ou entregando a comparsas sem emissão de nota, escondendo em terreno vizinho para retirada ao meio-dia ou à noite, recebendo dinheiro sem repassar ao caixa. Foram todos invariavelmente demitidos.
Claro que o mais profundo desejo, mesclado ao desapontamento e raiva, era tê-los
imediatamente desligados da empresa. Pelo bom andamento da empresa, alguns pouquíssimos ganharam fôlego extra. Fôlego esse que nunca ultrapassou o tempo necessário à contratação urgente de seu substituto.
Na votação vivida semana passada, antecedida por semanas em que bilhões de reais foram liberados pelo poder executivo em emendas parlamentares, fica difícil acreditar que nossos deputados decidiram a não aceitação da denúncia pensando no agravo da crise financeira que já se prolonga. Sua aceitação também traria mudanças seríssimas na politica, economia e, consequentemente, no dia-a-dia da população.
Perdeu-se uma grande oportunidade de continuar a moralização que vem, aparentemente, acontecendo. Minha percepção era de que a população estava disposta a encarar os prejuízos imediatos da aceitação da denúncia em prol de uma evolução ética, a médio prazo, no meio politico. Infelizmente nossos deputados não pensaram assim. E o seu, lhe representou?
Ramon Aguiar Benedett