Única forma de voto 100 por cento auditável: acabar com o voto secreto, é a esse ponto que vamos chegar?
Confira mais um artigo da coluna Der Punkt, de autoria do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:
Antes de entrarmos no raso debate polarizado do a favor ou contra o voto impresso, faz-se necessário pautar algumas questões.
Primeiro ponto, não há confundir impressão em papel com impossibilidade de auditar.
Sim, o que é feito de forma virtual, com ou sem acesso à rede de computadores, deixa rastros e é auditável, não fosse assim ninguém conseguiria cancelar a compra de um cartão de crédito clonado e os hackers já teriam saqueado o sistema financeiro.
Pois bem, imaginemos que os votos sejam impressos, o cidadão veja no papel o voto que declinou de forma eletrônica, e o deposite na urna.
Fechadas as urnas, qualquer candidato venha a impugnar a apuração eletrônica, abertas seriam as urnas de papel e cruzado os dados, voilá…bateu o que há na urna eletrônica com o que há impresso.
Daí advirá um segundo problema, dez eleitores de uma urna juram que votaram no Zé das Colves, e aparecem oito votos apenas, o que deve ter ocorrido?
O que sói ocorrer em voto secreto, a traição!
E para isso que o voto é secreto, para a pessoa não ter que ser constrangida em votar em quem tem ascensão moral sobre ela (empregador, pai, marido, amigo).
Portanto, a bem da verdade só haveria uma forma de ter controle cem por cento dos votos, acabando com a cláusula pétrea do voto secreto, para isso a democracia ficaria na mão do voto de cabestro, do coreonelismo.
Mas vamos lá, imprimam-se os votos. A contagem será manual porque qualquer impugnação levará a isso. Prevalecerá o voto impresso. Sem problemas. A pergunta passa a ser, porque depois de 25 anos de urnas eletrônicas, os eleitos com ela não tentaram mudar o sistema a ponto de servir para 22, ou seja em 2019 ou 2020?
Como bem disse o Presidente Jair Bolsonaro: não tenho provas que é fraudada a urna eletrônica! Agora, as vezes que fraudaram meu cartão de crédito clonando-o, provei facilmente e o banco me ressarciu!
Não é questão de prova, portanto, conclua como queiras o restante.
Ralf Guimarães Zimmer Júnior