Uma reflexão sobre os sinais
Artigo de Josiane Rodrigues, colunista do Mesorregional:
Há poucos dias falando sobre as Olimpíadas de Tóquio, vimos através da mídia, a ginasta norte americana Simone Biles trazer em suas palavras: “preciso focar na minha saúde mental”. Um gesto nobre, a autopercepção.
Diante a sua desistência em participar da etapa final na competição, deixou muito claro ao mundo que tudo tem limites, que todos temos.
Nesse contexto, compreende-se de fato que a saúde há muito tempo deixou de ser apenas uma condição física. O corpo envia sinais sobre o que precisa ser dito, sobre o que precisa ser feito, algo que merece interpretação e cuidado.
A hora de tomarmos decisões sempre chega e junto a esse momento, a emoção faz seu papel junto ao reconhecimento de si mesmo.
É importante e necessário refletir que nenhum de nós precisa ser forte o tempo todo, sorrir o tempo todo, aceitar o tempo todo, se explicar em demasia ou atender a demandas alheias o tempo todo, nem de fixar-se no: ‘está tudo ótimo’.
O corpo cansado limita, uma mente cansada pode trazer prejuízos. Ambas as situações quando colocadas embaixo do tapete, podem a longo prazo se transformar numa condição delicada.
Há quem acredite que para ser bem quisto pelas pessoas e ser denominado como ‘forte ou super gentil’, se relaciona em estar diariamente agradando a todos aos sorrisos, levar tudo na esportiva ou empurrar com a barriga as situações, talvez com a ideia de não deixar transparecer uma outra face oculta aos demais; contudo tal comportamento merece atenção, bem como o fato de alguém estar em silêncio, não significar que não tenha nada a dizer ou que não irá se manifestar.
Saber lidar com as emoções e ter autoconsciência funcional, isso é: poder refletir sobre si mesmo, perceber mudanças relacionadas ao próprio corpo, aos pensamentos, ao próprio ser, implicam em diferentes áreas da vida.
O modo como pensamos e sentimos, tem influência direta em nossa forma de agir e interpretar o mundo. Experiências vivenciadas, modelam a forma como agimos. Nossas relações, o ambiente de trabalho, a família, vida afetiva e a satisfação com o papel que desempenhamos, são fatores que contribuem largamente na saúde dos processos psicológicos.
É importante ressaltar quantas vezes se fizer necessário que saber lidar com nossos limites é imprescindível para a manutenção da saúde física e mental e que não se trata apenas da condição de uma atleta de alto rendimento, se trata de todos nós; seres humanos comuns que lidam diariamente com suas particularidades.
Quem é que pode saber das próprias dúvidas, dos próprios anseios ou saber daquilo que se está vivenciando além de nós mesmos?
Cada um de nós sabe de cada leão que enfrenta no dia a dia e encarar os medos, encontrar-se com os próprios desafios, lidar com o que está difícil, com o que atrapalha, ter consciência sobre os sentimentos é fundamental para que possamos entender e alterar a forma de agir em próprio benefício.
Um novo olhar. Passos que podem exigir auxílio e tempo, porém a consequência é resultar na sensação de bem estar e novo jeito de caminhar.
Votos, para que sejam possíveis habilidades para escutar os sinais da mente e corpo e usar o estilo emocional ou a maneira de como encarar as situações cotidianas, a favor. Um abraço e até. Saúde!
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