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Crise econômica provoca aumento expressivo de gás utilizado para refrigeração e climatização

O aumento do gás de cozinha é visível e notório para a ampla maioria dos brasileiros, mas tem outro gás que recebeu um aumento muito mais expressivo nos últimos meses e também pode trazer desconforto para os lares, é o gás que serve como fluido refrigerante para condicionadores de ar e refrigeração em geral.

Esse gás é responsável pelas trocas de calor que resfriam o ambiente. De acordo com o técnico Samuel Umbelino, da Blufrio Refrigeração, empresa do ramo de instalação de manutenção de ar-condicionado, “cada tipo de gás refrigerante tem sua própria função e pressão indicada para funcionamento em diferentes sistemas de refrigeração.”

Praticamente todos esses gases sofreram aumento expressivo no decorrer da pandemia que, além da crise na saúde de todos os países do planeta, trouxe também crises econômicas, sendo que o Brasil tem uma das mais elevadas do mundo no momento. O Mesorregional apurou que o mercado mundial de fluidos refrigerantes está passando por um momento de alta instabilidade, desencadeada também pela escassez de matérias-primas e como a China é a maior produtora mundial dessa commodity, acaba prejudicando o Brasil e outros países, já que como toda commodity o preço é baseado pelo Dólar, que está caro em relação ao Real.

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Além disso, nos últimos tempos há problemas de logística que afetaram o mundo, causando atrasos e aumentos no custo de transporte, segundo empresas da área de refrigeração e ar-condicionado. Dentro de todo esse contexto, os preços dos produtos, dispararam nos últimos dias e seguem aumentando. Para se ter uma ideia, nos últimos 15 meses houve aumento de até 500% no valor do frete marítimo.

Segundo o diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Paulo Neulaender, diversos fatores têm pressionado os preços dos fluorquímicos. “Em meio à crise sanitária, o Brasil diminuiu suas importações em 2020, usando muito o estoque e o mercado voltou a se aquecer a partir de junho, e isso fez aumentar o consumo dos fluidos refrigerantes”, disse em entrevista à Revista do Frio & Ar-Condicionado.

Fotos: Jefferson Santos / Mesorregional

Ainda de acordo com a Abrava, a escalada dos preços desses produtos deve ocorrer até janeiro do ano que vem, inclusive de insumos para aquecedores, além de outros produtos do ramo. “Até um tempo atrás ar-condicionado era um artigo de luxo e parece que pode voltar a ser” comenta Umbelino, que por conta da alta do preço desses insumos, pessoas podem deixar as manutenções de lado e perder equipamentos.

“Os clientes estão reclamando do preço da manutenção e instalação, porém tudo aumentou, o gás, o cobre e outros produtos e além de deixar a manutenção de lado, as vezes optam por contratar a mão de obra mais barata, que pode custar caro, caso haja alguma falha no momento da instalação ou manutenção, causando desperdícios gerais”, comenta o técnico da Blufrio Refrigeração.

Em Santa Catarina, o gás R410A, que era comercializado por cerca de R$ 315, em 2020, passou para mais de R$ 1000 na atualidade. Na internet, o preço está ainda mais salgado. No Mercado Livre, por exemplo o mesmo botijão é vendido por mais de R$ 1700.

Foto: Reprodução / Promoção
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