PF intima Bolsonaro para depor por vazar documentos sigilosos
A Polícia Federal intimou nesta quarta-feira (14) o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), a depor por conta da divulgação de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 4 de agosto deste ano, o mandatário divulgou o conteúdo de um inquérito feito em 2018 durante uma live em suas redes sociais.
Além de falar do documento, ele publicou um link para que qualquer pessoa pudesse acessar esses dados.
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Na live, Bolsonaro distorceu os fatos, dizendo que o sistema eleitoral eletrônico brasileiro tinha falhas durante um período em que ele questionava, periodicamente, as urnas eletrônicas. O TSE se manifestou e confirmou que a ação hacker não causou nenhum dano nas eleições e que o ataque afetou áreas que não tiveram nenhum impacto no pleito.
Pouco depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou a abertura de uma investigação sobre o caso.
Além de Bolsonaro, está sendo investigado o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que estava ao lado do presidente durante a live, e o delegado da PF Victor Feitosa Campos, suspeito de vazar o inquérito.
O crime apontado contra o presidente está no artigo 153 do Código Penal que veta “divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública”. A pena para os condenados é de um a quatro anos de prisão.
Essa é a segunda vez que Bolsonaro é intimado pela PF para prestar depoimento. O primeiro foi sobre uma suposta interferência política do presidente no comando da própria Polícia Federal, que foi denunciado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Foto: Reprodução / Facebook