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Aplicativo que ‘leiloava’ muçulmanas é bloqueado na Índia

da ANSA

O aplicativo indiano de código aberto Bulli Bai foi retirado do ar da plataforma da web GitHub por compartilhar fotos de mais de 100 mulheres muçulmanas com uma descrição que dizia que elas estavam em “promoção”.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (3) pelo ministro indiano de Tecnologia da Informação, Ashwini Vaishnaw. O bloqueio ocorreu após a polícia de dois estados da Índia registrarem casos envolvendo imagens que estavam no aplicativo.

De acordo com as autoridades, o objetivo da plataforma é degradar e ridicularizar as mulheres de várias idades cujas fotografias são compartilhadas sem autorização. O caso provocou indignação nas redes sociais.

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O ministro indiano anunciou que foi iniciada uma investigação sobre medidas criminais contra a plataforma. Em julho, um aplicativo e site chamado “Sulli Deals” já havia criado perfis de mais de 80 mulheres muçulmanas – usando fotos que elas carregaram online – e as descreveu como “ofertas do dia”.

Em ambos os casos, não houve venda real, somente a degradação e humilhação das mulheres muçulmanas, compartilhando suas imagens pessoais.

O nome do aplicativo também revela o objetivo dos seus desenvolvedores: “Sulli” é uma palavra usada na internet por hindus de direita para designar mulheres muçulmanas, e o mesmo tom ocorre com “bulli”.

A jornalista Ismat Ara, cujo nome e foto apareceram no aplicativo Bulli Bai, entrou com uma queixa policial no fim de semana em Nova Déli contra pessoas, que não foram identificadas, sob acusação de assédio sexual e promoção de inimizade com base na religião. 

Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas

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