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O uso da tecnologia como um grande aliado da segurança pública

A tecnologia já se tornou tão corriqueira e até mesmo intrínseca no nosso dia a dia, que muitas vezes nem a percebemos. Ela nos cerca e nos dá toda a comodidade e segurança, a qual, necessitamos diariamente. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que até junho de 2022 haviam 242 milhões de celulares em circulação no Brasil. Esse número pula para 352 milhões, quando notebooks e tablets são somados à equação. Na prática, isso significa 1,6 dispositivos portáteis por pessoa, considerando a população brasileira de 214 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, há quem se mostre reticente quanto a tanta tecnologia disponível. Um levantamento realizado pela Edelman Intelligence em 2019, mostrou que 49% dos brasileiros acham que a inovação tecnológica está acontecendo rápido demais e que ameaça os seus empregos. Um dado interessante, se comparado ao anterior.

O fato é que a tecnologia continua a se desenvolver a cada segundo que discutimos sobre o assunto. E assim como não há como ‘desinventar’ o fogo, não há como retroceder quando o assunto é inovação tecnológica. E os grandes centros já perceberam isso. Em 2021, o ranking Connected Smart Cities – um estudo desenvolvido pela Urban Systems que identifica as cidades mais inteligentes em vários setores públicos -, indicou oito cidades de Santa Catarina entre as mais conectadas do Brasil. Entre elas: Florianópolis (2º), Balneário Camboriú (12º), Blumenau (16º), Jaraguá do Sul (17º), Joinville (27º), Itajaí (29º), Chapecó (43º) e Criciúma (99º).

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Mas como a tecnologia pode ser aliada da segurança pública? Ainda em 2021, Blumenau inaugurou no dia 26 de outubro, a Central de Controle Operacional (CCO). Uma estrutura pública que tem o objetivo de utilizar câmeras posicionadas em lugares estratégicos da cidade para garantir mais mobilidade, segurança, agilidade de inovação e crescimento. O sistema monitora: motoristas, pedestres e ciclistas e é utilizado por quatro secretarias municipais ativamente. São elas: Secretarias de Trânsito e Transportes (SMTT), de Planejamento Urbano (Seplan), Defesa Civil (Sedeci) e de Gestão Governamental (Segg). Cada uma utiliza o sistema de forma única, mas integrada quando vista de uma forma geral. Blumenau busca seguir o exemplo de outros grandes centros espalhados pelo globo, os quais usam a tecnologia para controlar e garantir a segurança pública, mobilidade e outros setores, em meio a grandes populações.

Analisando esse quadro, é possível dizer que George Orwell estava no caminho certo quando escreveu seu romance distópico (livro 1984), em 1949. Entretanto, diferentemente da visão fatalista presente na obra, a tecnologia vem se provando muito útil para as cidades. Para comprovar isso, o Mesorregional conversou com Cicero Jonatas Andreazza, diretor e coordenador da CCO para entender como está estrutura funciona.

Segundo ele, desde que foi inaugurada, já foram feitas 842 autuações por meio da fiscalização remota. Entretanto, se comparadas ao total de infrações aplicadas pela Guarda Municipal de Trânsito (GMT), que é de 25.303 no mesmo período, esse número representa apenas 3,3% das autuações.

Se tratando da autuação remota, existem uma série de Procedimentos Operacionais Padrões (POP) a serem seguidos, no caso de identificação ou denúncia. São mais de 40 enquadramentos infracionais e requisitos de apuração da infração para o cadastro no sistema de autuação por videomonitoramento. “Além dos critérios técnicos infracionais, que vão desde fotos até a tipificação da infração e a sua descrição completa. Vale lembrar que os autos de infração são uma importante ferramenta educativa para os condutores, chamando a atenção para os casos de risco que não podem ser repetidos”, ressalta Andreazza.

Se o cidadão quiser contestar uma multa, é preciso entrar com um processo de defesa de autuação. Que pode ser feito tanto pelo site do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), quanto pelo atendimento da SMTT, nos casos em que o auto de infração for autuado pelo órgão. “Nesses casos, em específico, o cidadão pode comparecer ao atendimento da SMTT, localizado na Rodoviária de Blumenau (rua 2 de Setembro, 1222 – Itoupava Norte), levando o formulário impresso e preenchido pelo site do Detran, e cópias da CNH e do documento do veículo que consta na autuação. Nos casos de indicação de condutor, o formulário deve ser assinado pelo condutor e pelo proprietário do veículo, juntamente com as cópias das CNHs dos mesmos”, completa o diretor.

Andreazza, ainda alerta que o CCO auxilia na otimização do trânsito, em casos em que os veículos acabam interferindo no fluxo de trânsito do município. Como por exemplo, quando ao não respeitar as sinalizações acabam presos no túnel após a Ponte de Ferro ou caminhões que estragam no Morro da Companhia e até mesmo casos de óleo na pista. Casos assim, são atendidos com maior agilidade e precisão.

O CCO ainda não completou um ano de funcionamento, mas já é considerado um grande trunfo do poder público quanto à segurança pública e demais setores.

Blumenau é uma cidade relativamente nova, se comparada a outras do país. Mas há tempos vem tentando manter uma mente aberta para as inovações tecnológicas e para possíveis parcerias dentro e fora do Brasil. Os blumenauenses só tem a ganhar com isso. É claro, que muito ainda tem que ser feito e ajustado. Mas assim como a tecnologia é um fato irrevogável, outro que merece ser destacado, é o espírito obstinado e resiliente do morador desta ‘grande’ cidade catarinense.

Foto: Wellington Civiero/Mesorregional.

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