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Psicóloga apresenta resultado de pesquisa na área da saúde aplicada em Pomerode

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Regional de Blumenau (FURB), no Centro de Ciências e Saúde, junto ao Mestrado de Saúde Coletiva, avaliou as associações entre os maus tratos na infância e os tipos de temperamento afetivo na população de Pomerode. O projeto se chama “Leben und Gesundheit – Vida e Saúde em Pomerode” e é uma parceria com um projeto original da Alemanha.

O resultado da pesquisa foi apresentado na Câmara Municipal de Blumenau na manhã desta terça-feira (16), quando a tribuna livre foi ocupada pela psicóloga e professora universitária Maria Júlia Zimmermann, idealizadora do ciclo de debates setting psicoterapias. Ela também é especialista em Psicologia Clínica e Avaliação psicológica, mestranda em Saúde Coletiva e pesquisadora do grupo interdisciplinar de pesquisa em saúde.

Na ocasião, a psicóloga explicou que o estudo foi realizado a partir de amostra retirada da população de Pomerode, aplicando os mesmos testes e as mesmas entrevistas que foram aplicadas na população Greifswald, na Alemanha. Fizeram parte da pesquisa 2488 pessoas entre 20 e 79 anos de ambos os sexos que tinham residência fixa em Pomerode por pelo menos seis meses. Maria Júlia explica que trabalhou com questionários de saúde mental e testes psicométricos que avaliaram a qualidade de sono, análise de consumo de tabaco e dependência de tabaco, consumo de álcool, além da aplicação de dois testes principais, a avaliação de perfil de temperamento e questionário sobre traumas na infância.

De acordo com ela, a pesquisa conduzida associou os tipos de maus-tratos sofridos na infância com os tipos de perfis de temperamento na vida adulta. Nesta pesquisa foram definidos cinco tipos de maus tratos, sendo abuso emocional, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso sexual.

Maria Júlia apontou que a violência e os maus tratos na infância são um problema de saúde pública que traz impactos sociais e reflete na saúde mental das pessoas. Também expressou a necessidade de um investimento governamental forte no atendimento psicológico desses adultos para que seja de qualidade, atendendo a demanda. Informou ainda que os maus tratos na infância são responsáveis por 28,9% dos transtornos mentais dos adultos, sendo um um fator de risco para tentativa de suicídio.

Por fim, ela apresentou os resultados obtidos com a pesquisa, entre eles aspectos sociais e também dados epidemiológicos. Também apresentou as conclusões do estudo, sendo que a depressão foi considerada o transtorno mental mais frequente e o perfil de temperamento depressivo foi o segundo menos frequente, entre outras informações. Além disso, ela apontou que ficou evidente a relação de abuso e negligência física e emocional relacionada a todos os perfis.

Fotos: Ingrid Leonel / CMB

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