Pizzolatti é indiciado por dois crimes após se envolver em acidente de trânsito e assumir que estava bêbado
O delegado da Polícia Civil, Douglas Teixeira Barroco, abriu inquérito por conta do acidente ocorrido nesta quarta-feira (20), em Blumenau, que envolveu o ex-deputado federal João Alberto Pizzolatti Júnior. A colisão que envolveu três veículos deixou um jovem de 23 anos (Paulo Marcelo Santos) gravemente ferido. O ex-parlamentar, assumiu que estava bêbado na hora do acidente, num vídeo registrado por populares, mesmo assim as autoridades de trânsito não o acompanharam até o Hospital Santa Isabel, para onde foi encaminhado pelo Corpo de Bombeiros e fugiu em seguida.
Pizzolatti cometeu crime de trânsito, mas acabou não sendo preso em flagrante, já que não foi escoltado pela polícia, mesmo assim, de acordo com a Polícia Civil, ele terá que responder pelo crime de embriaguez e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. O comando da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), assumiu que houve falha dos agentes que atenderam a ocorrência, que aconteceu numa rodovia estadual, que faz a ligação entre as cidade de Blumenau e Pomerode, no Vale do Itajaí. “Teria que ter feito. Ele estava sob nossa custódia, estava preso em flagrante. Foi um equívoco”, afirmou o capitão Pablo David Henden, da PMRv de Santa Catarina, em entrevista concedida a NSC TV, que foi veiculada pela Rede Globo.
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Até o final da manhã dessa sexta-feira (22) João Pizzolatti não se apresentou para Polícia Civil. A Paulo Marcelo, continua internado em estado grave no Hospital Santo Antônio (HSA) e deve ser submetido a cirurgias. A família do jovem afirma que quer justiça e sua mãe gravou um vídeo mostrando sua indignação quanto ao caso e também questionando sobre o procedimento adotado pela autoridade de trânsito que fez o registro do acidente. O Ministério Público de Santa Catarina também pediu informações para a PMRv e deve dar atenção para o caso. Testemunhas estão se apresentando voluntariamente à Polícia Civil e o inquérito tem prazo de 30 dias para a conclusão.
Paulo Marcelo deve ser transferido do HSA para o Hospital Jeser Amarante Faria, de Joinville, ainda na tarde de hoje. Lá ele receberá atendimento especializado, já que ocorreu um princípio de incêndio no veículo que ele conduzia, e como ficou preso às ferragens sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau. Pessoas que estavam no local agiram para controlar as chamas com extintores de outros veículos.
O que dizem especialistas:
O Notícias Vale do Itajaí (NVI) entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para solicitar informações sobre o procedimento adequado no caso de flagrante de embriaguez ao volante. “O Código de Trânsito Brasileiro prevê que as regras são iguais para qualquer força policial. O condutor com suspeita de embriaguez é convidado a fazer o teste. Se der positivo, multa, retenção da CNH e veículo retido ou entregue pra condutor em condições.” comentou Adriano Fiamoncini, chefe do Núcleo de Comunicação da PRF em Santa Catarina.
“Se o teste de bafômetro acusar der positivo acima de 6 decigramas, além das sanções acima, está configurado também crime de trânsito. O motorista deve ser encaminhado à Policia Civil para exame clínico pericial.” explicou o agente da PRF. “Não importa se cometeu acidente, se teve feridos, não faz diferença. O procedimento deve ser o mesmo.” concluiu Fiamoncini.
Para a especialista em segurança de trânsito e colunista do NVI, Márcia Pontes a atitude dos agentes da PMRv não deveria ter sido essa. “Os policiais rodoviários erraram e erraram feio! Por não ter escoltado o infrator até o hospital, o que permitiu que ele fugisse. Com isso a gente teve uma perda na robustez da denúncia, já que ele não recebeu o ato de prisão em flagrante. Teria que ser cumprido o que diz a lei. Essa falha tem que ser devidamente investigada, inclusive para analisar se não houve prevaricação, quando o agente público deixa de cumprir a lei.” comenta Marcia. “A vítima, a família e a sociedade merecem essa resposta!” conclui.
Foto: Reprodução / Redes Sociais