FHC é o paradigma de Haddad
O presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, surpreendeu: indicou, ao Ministério da Fazenda, o advogado e professor universitário Fernando Haddad, que havia perdido recentemente as eleições para Prefeito, Governador e até Presidente. A indicação acabou gerando divergências externas e até internas, na própria chapa que o elegeu, dada a ausência de experiência técnica na área. As principais críticas vieram de correligionários do vice eleito, Geraldo Alckminn, ex-tucano.
A história apenas se repete. O único tucano eleito que já governou este país, Fernando Henrique Cardoso, também havia, alguns anos antes de começar a construir seu prestígio nacional, sido derrotado nas eleições para a prefeitura de São Paulo por Jânio Quadros.
No dia mais importante de sua vida, FHC estava na França, como Ministro de Relações Exteriores, quando recebeu uma ligação do então presidente Itamar Franco. O motivo da ligação era um aviso deste último, que apenas “informou” FHC que, assim que voltasse da França, não seria mais Ministro de Relações Exteriores e passaria a ser o novo Ministro da Fazenda do Brasil, mesmo que contra sua própria vontade, visto que FHC nunca quis este cargo, afinal não dispunha de qualquer conhecimento técnico em economia.
Fernando Henrique assumiu e teve a sorte do principal plano econômico de estabilização de moeda corrente “cair em seu colo” no ano seguinte, em 1994, o Plano Real. Hoje sabemos que FHC teve muito pouco a ver com a criação do Real, mas na época, sem o acesso à informação que temos atualmente, a população o idolatrou por um feito que nunca havia tido, elegendo-o, inclusive, como novo Presidente da República no Primeiro Turno das eleições daquele ano de 1994.
Lula pretende copiar a ideia com Haddad, visto que não será preciso muito esforço para estabilizar a economia nacional, estando à beira do fim da Crise dos Semicondutores e de um reequilíbrio da moeda nacional em relação ao dólar.
Semicondutor é um “chip” essencial na fabricação de qualquer equipamento com dispositivo eletrônico como Celular, Televisor, Carro, Notebook, etc. A crise começou em 2020, com a Pandemia do Novo Coronavírus e agravou-se com os incêndios de duas grandes fabricantes no Japão, além da Guerra da Ucrânia. Com o fim da crise, qualquer item que envolva um dispositivo eletrônico tende a ficar mais barato e, assim, o consumo deve ser alavancado, melhorando a economia como um todo.
Um desenvolvimento econômico expressivo durante o mandato, pode significar à Lula, que dificilmente tentará um segundo mandato, a possibilidade iminente de eleger um sucessor e Haddad, como Ministro da Fazenda, acaba sendo o mais cotado, visto que sua populariedade deve aumentar por tabela, assim como aconteceu com FHC há 30 anos. Isto, é claro, se, atualmente, em tempos de “mailing de whatsapp”, ninguém resolver pedir o “DNA da Criança”.
Sou Thiago Schulze, colunista de política no Mesorregional e você pode me seguir no Instagram em @thiago.schulze ou enviar sugestões para o e-mail politica@mesorregional.com.br. E ainda, se quiser ser avisado sobre novas publicações em primeira mão, clique aqui e entre no Grupo de Whatsapp, é grátis!