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Abaixo assinado pede mudança de endereço do AMBLU em Blumenau

Moradores e comerciantes do bairro Escola Agrícola, em Blumenau estão mobilizados para pedir a mudança de endereço do Abrigo Municipal de Blumenau (AMBLU), que está localizado no final da Rua José Fischer, onde antes funcionava a antiga ABAM (Associação Blumenauense de Acolhimento a Criança e ao Adolescente).

O AMBLU, além de outras finalidades atende e abriga temporariamente a população em situação de rua de toda a cidade e por conta disso, pais de alunos, moradores e comerciantes da região estão com a sensação de maior insegurança nos últimos dois anos, tendo em vista que uma boa parte dessa população é viciada em drogas e apesar de serem encaminhados para o Abrigo, acabam não acatando as regras e voltam para rua ficando nessas intermediações.

O comportamento de parte desses moradores em situação de rua é de pedir dinheiro e produtos para pessoas e ao receberem a negativa, alguns passam a agir com violência, inclusive contra mães que vão deixar ou buscar suas crianças nesses educandários. Além disso, houve um aumento no número de ocorrências atendidas pela Polícia Militar no bairro envolvendo essa população, que volta e meia brigam entre si em praças e vias públicas.

Rosimere de Souza, coordenadora de catequese da Igreja Santa Teresinha relata que pais estão deixando de levar seus filhos para doutrina, com medo das abordagens de usuários de drogas. “Temos em torno de 200 crianças na catequese… eles vivem pedindo dinheiro no estacionamento da igreja. Por vezes bêbados, malcheirosos e isso assusta.” comenta Rosimere.

Furtos de fiação elétrica e outras situações, como pedintes em casas e comércios viraram situação rotineira nos bairros do entorno. “Nós que temos comércio nesta região, temos que lidar com esses indivíduos que chegam o tempo todo pedindo marmitas e dinheiro, quando questionados dizem que estão no abrigo Amblu, mas que durante o dia estão liberados. Esses dias um jovem me pediu para ligar e pedir para irem buscá-lo. Está bem complicado a situação nesta região.” desabafa Janaína Duwe, proprietária de um restaurante no bairro Vila Nova.

Jéssica Onofre Machado, presidente da Associação de Pais e Professoras do Centro de Educação Infantil Manoel da Luz Rampeloti, afirma que a situação está insustentável, muito perigosa e assustadora, por isso em reunião pais e professores resolveram organizar um abaixo assinado para solicitar a mudança de endereço do Abrigo Municipal. O abaixo assinado está sendo deixa em estabelecimentos da Rua Benjamin Constant e transversais.

Imagem: Reprodução

Em áudio ela relata que até mesmo assaltos já ocorreram em frente às creches da esquina da Rua José Fischer. “As pessoas não conseguem nem descer do carro. No ano passado uma professora foi assaltada logo no início da manhã, por uma pessoa armada com faca. Eles jogam garrafas de bebidas alcóolicas para dentro das escolas… A gente precisa unir forças para tirar isso daqui. Não é justo que tenha isso em frente de escolas, creches…” coloca Jéssica.

Ouça o áudio da presidente da APP enviado ao Mesorregional:

O que diz a Assistência Social do Município

Após a veiculação de um vídeo ao vivo feito pelo Mesorregional na Rua José Fischer, mostrando a vulnerabilidade da Escola Básica Municipal General Lúcio Esteves, por ausência de cerca e comentarmos sobre a localização e situação do atendimento dos moradores em situação de rua na região, a secretária municipal de Assistência Social, Patrícia Morastoni Sasse entrou em contato conosco para tratar da situação.

Sempre muito solícita e respeitosa, Patrícia comentou que de um jeito ou de outro o AMBLU precisa estar em algum local e automaticamente “será vizinho de alguém.” Ela também comentou que no local são atendidas diversas situações “Os atendimentos do Amblu vão além dos moradores em situação de rua, temos inúmeros atendimentos, incluindo situações muito delicadas e que precisam da nossa atenção” relata a secretária.

A secretária também comenta que situações de violência não é uma questão de assistência social e sim de segurança pública. “Não dá para transferir o local, sempre haverá impacto de vizinhança. Nós participamos de reuniões com as unidades escolares e a partir disso montamos estratégias, como rondas periódicas da abordagem social e da polícia, além de orientação de redes de vizinhos, se nós mudarmos, eles permanecerão nos espaços. As situações também precisam ser registradas, para entrarem nas estatísticas e aumentar a segurança.”

“A gente que vive o dia-a-dia, não damos conta. Antes a gente via essa população em situação de rua, somente no Centro da cidade, hoje, não existe um bairro que não acione a Assistência Social, durante a pandemia, essa população aumentou muito em todas as cidades e Blumenau possui um diferencial, pois sabemos para onde encaminhar e isso é muito importante.”

“O que sustenta eles ficarem na rua são as doações da sociedade.” Relatou a secretária ainda no dia 16 de fevereiro, quando concedeu uma entrevista exclusiva no Jornal Manhã do Vale no estúdio do Mesorregional para tratar sobre o tema (a partir do minuto 31).

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