Candidato do partido NOVO é novamente punido por ataques contra Rosane Magaly, candidata à Prefeitura de Blumenau
A Justiça Eleitoral de Blumenau aplicou mais uma punição ao candidato a vereador Édson da Silva, conhecido como Halley, do partido Novo, em um processo movido pela Federação PSOL-REDE, representada pela candidata à prefeitura Rosane Magaly Martins. O candidato foi condenado pela manipulação de conteúdo digital, utilizado para ridicularizar e ofender a candidata em um vídeo publicado no Instagram. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) segue a linha de combate à desinformação e à depreciação de adversários políticos.
O primeiro vídeo, que foi removido por determinação liminar, trazia uma edição de um debate da FURB onde Rosane participava, com o intuito de sugerir que a candidata estava confusa e despreparada. A legenda que acompanhava o vídeo reforçava essa ideia de forma pejorativa, infringindo as regras estabelecidas pela Resolução TSE nº 23.610/2019, que proíbe a manipulação de conteúdo para causar prejuízos eleitorais. Segundo o juiz Clayton Cesar Wandscheer, o vídeo configurava uma tentativa de desinformação e degradação da imagem da candidata, o que violou a legislação eleitoral.
Mesmo após a primeira punição, Halley voltou a publicar outro vídeo, desta vez com insinuações de uso de drogas contra Rosane e dois jornalistas da cidade, incluindo o diretor do Mesorregional, Jefferson Santos, que trouxe a notícia da punição inicial em primeira mão. Nas palavras do juiz, o conteúdo apresentado era “de gosto duvidoso e incivilizado”, o que rebaixava o nível do debate político. Em resposta, a Justiça determinou a retirada de um segundo vídeo e aplicou uma nova multa de R$ 3 mil, além da primeira multa de R$ 5 mil imposta anteriormente.
Rosane Magaly Martins declarou que as ações de Halley configuram violência de gênero e anunciou que, além da ação eleitoral, vai registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil e processá-lo na esfera criminal. A candidata reforçou que os ataques ultrapassaram o limite aceitável e que medidas mais severas serão tomadas.
No seu segundo vídeo, o candidato do partido Novo – que afirma fazer um rigoroso processo seletivo para escolha de seus filiados e candidatos – insinuou por diversas vezes que Jefferson Santos, outro jornalista e Rosane são drogados e que usam “maconha misturada com bosta de cavalo e chuchu”, numa clara tentativa de depreciar a honra das três pessoas, uma por ser oponente de seu partido e os jornalistas por simplesmente terem noticiado os fatos da punição que sofreu, por parte da Justiça Eleitoral.
Nota do Mesorregional
O Mesorregional reforça seu compromisso com a verdade e a imparcialidade na cobertura jornalística, seja sobre o pleito eleitoral ou qualquer outro assunto de interesse público. O respeito aos candidatos políticos, aos veículos de comunicação e aos jornalistas é fundamental para o fortalecimento da democracia. Repudiamos veementemente as tentativas de candidatos, como Édson da Silva, de ofender a honra e a dignidade de pessoas que, antes de qualquer coisa, são pais e mães, cidadãos que desempenham suas funções com responsabilidade e ética, independente do conhecimento que possam ter sobre suas vidas e caráter.
Este veículo de comunicação sempre repudiou o uso de entorpecentes e publicamos por inúmeras vezes os danos que às drogas trazem para dentro dos lares. Também condena as ações de indivíduos que utilizam as redes sociais de forma irresponsável, acreditando que a internet seja uma “terra sem lei”. As plataformas digitais não são espaços para promover discursos de ódio ou ofensas gratuitas. Notamos que, em vez de apresentar propostas ou soluções para problemas reais, certos candidatos preferem criticar tudo e todos, sem nunca trazer algo de bom ou construtivo para o debate público. Acreditam que algumas poucas visualizações justificam suas atitudes, e se orgulham de atacar principalmente a imprensa, que cumpre o papel único de informar a sociedade sobre os fatos de maneira clara e objetiva.
Candidatos que desferem ofensas e espalham desinformação não só prejudicam a integridade do processo eleitoral, como também desrespeitam a população que deseja um debate de alto nível e uma construção positiva para o futuro de nossa cidade.
Imagem: Reprodução / Redes Sociais