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Morte de bebê por possível negligência em Correia Pinto mobiliza o Ministério Público de Santa Catarina

O caso chocante ocorrido ontem (19) no município serrano de Correia Pinto, está mobilizando autoridades e causando grande comoção no estado de Santa Catarina. Kiara, uma bebê de nove meses, que havia sido declarada morta no Hospital Faustino Riscarolli, teria apresentado sinais de vida durante o velório, levantando dúvidas sobre o diagnóstico e a conduta do hospital.

Conforme já noticiado pelo Mesorregional, após uma cobertura exemplar realizada por Biguá Ta On, que colheu relatos da família em que afirma que durante a cerimônia fúnebre perceberam que a temperatura corporal da menina se mantinha, seu corpo não apresentava rigidez, e houve relatos de movimentos nos braços e mãos. Alarmados, eles acionaram um farmacêutico, o Conselho Tutelar e o Corpo de Bombeiros Militar, que, utilizando um oxímetro infantil e estetoscópio, teriam detectado sinais de saturação e batimentos cardíacos fracos, além de pupilas dilatadas e arroxeamento em algumas partes do corpo.

A bebê foi rapidamente levada de volta ao hospital, onde foi submetida a um eletrocardiograma. No entanto, a direção do hospital reafirmou o óbito, alegando que não foram identificados batimentos cardíacos.

Posicionamento do Ministério Público

O promotor de Justiça Marcus Vinicius dos Santos, da comarca de Correia Pinto, foi notificado do ocorrido pelo Conselho Tutelar e, de imediato, tomou providências para garantir uma investigação rigorosa. Ele requisitou à delegada de plantão e à Polícia Científica que iniciassem diligências para apurar as circunstâncias da morte. Entre as medidas, estão a realização de um exame cadavérico para determinar a causa e o horário do óbito, a análise do prontuário médico e a oitiva de todas as partes envolvidas, incluindo os pais, o médico que atendeu a criança, testemunhas e os bombeiros e do Conselho Tutelar.

O Ministério Público também solicitou que a Delegacia de Polícia informe até segunda-feira (21) sobre as ações adotadas para a investigação, garantindo que o caso seja acompanhado de perto.

O que diz a família

Segundo o pai da criança, Cristiano, a bebê começou a passar mal na quinta-feira (17) e foi levada ao hospital, onde o médico diagnosticou uma virose, aplicou soro e liberou a criança com prescrição de medicamentos. No entanto, na madrugada de sexta-feira (18/10), o estado da menina piorou, levando a família a retornar ao hospital, onde a morte foi atestada por volta das 3 horas da manhã.

O pai relata que as informações presentes na declaração de óbito não correspondem ao que foi inicialmente informado pela equipe médica. O médico teria mencionado que a causa da morte seria asfixia por vômito, mas o documento de óbito registrou desidratação e infecção intestinal bacteriana como causas do falecimento.

O velório teve início por volta das 7 horas da manhã, mas, à tarde, os familiares notaram os supostos sinais de vida, o que levou à nova intervenção do Corpo de Bombeiros. Após a constatação de batimentos cardíacos baixos e saturação, a menina foi levada de volta ao hospital, onde, após novos exames, o óbito foi novamente confirmado.

Investigações e próximos passos

O Promotor de Justiça Marcus Vinicius dos Santos destacou que a investigação busca esclarecer se houve negligência médica ou falhas no atendimento à criança. “Ainda é precipitado tirar conclusões antes dos laudos, mesmo que, durante o transporte, os bombeiros tenham registrado alguns sinais de vida. No entanto, outros sinais, como pupilas dilatadas e arroxeamento, indicavam um possível óbito”, afirmou o promotor.

Os laudos cadavéricos e anatomopatológicos, que devem ficar prontos em até um mês, serão fundamentais para esclarecer o ocorrido. As investigações irão apurar tanto o contexto do atendimento médico quanto a possível responsabilidade criminal e cível do hospital, buscando respostas para a família e a sociedade.

Foto: Divulgação / Álbum de Família

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