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Suspensão da parceria PRF e GAECO levanta preocupações sobre combate ao crime organizado em SC

O procurador-geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano, expressou sua preocupação com a suspensão da parceria entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO). A medida foi anunciada pelo Superintendente da PRF em Santa Catarina, Manoel Fernandes Bittencourt, em uma reunião realizada nesta quinta-feira (6), em Florianópolis. O cancelamento da parceria, determinado pelo Ministério da Justiça, impactará diretamente o trabalho de combate ao crime organizado, como assaltos a bancos, tráfico de drogas e facções criminosas no estado.

A colaboração entre a PRF e o GAECO, que existe desde 2002, foi responsável por diversas operações de sucesso que desmantelaram organizações criminosas e desarticularam redes de tráfico e corrupção no estado. Operações como a “Mensageiro”, que combateu a corrupção, e outras ações de combate ao “novo cangaço” e roubos de veículos no Vale do Itajaí, dependiam dessa parceria para sua execução eficiente.

Fábio de Souza Trajano afirmou que a suspensão fragiliza a resposta da segurança pública contra o crime organizado, apontando que a falta da PRF no GAECO comprometerá as ações de enfrentamento das facções criminosas e de delitos praticados contra a administração pública. Trajano também mencionou que está buscando apoio do Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG) e do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) para reverter a decisão do Ministério da Justiça.

Superintendente da PRF Em Santa Catarina, Manoel Fernandes Bittencourt, explicou que a portaria do Ministério da Justiça, que limita a atuação da PRF em operações externas, levou à suspensão da colaboração com os GAECOs. Segundo Bittencourt, a medida é temporária e aguarda uma definição mais clara sobre o papel da PRF nas forças-tarefas. No entanto, ele expressou a esperança de que a parceria possa ser retomada em breve, dada a eficácia histórica dessa colaboração.

Reações no Combate ao Crime Organizado

Especialistas em combate ao crime organizado e autoridades de segurança pública reagiram negativamente à medida. Lincoln Gakiya, Promotor de Justiça do GAECO de São Paulo, classificou a decisão como um retrocesso, destacando que a cooperação entre forças de segurança é fundamental para o enfrentamento eficaz da criminalidade. A posição é compartilhada por Danilo Lovisaro do Nascimento, presidente do GNCOC, que criticou a suspensão como contrária aos princípios de cooperação institucional essenciais para o combate ao crime organizado no Brasil.

Nota Oficial do MPSC também foi divulgada, reforçando a importância da parceria PRF-GAECO no fortalecimento da segurança pública em Santa Catarina e em outras áreas de atuação, como erradicação do trabalho escravo e proteção ao meio ambiente.

Impacto e Desafios

Sem a PRF, o GAECO pode enfrentar desafios adicionais na investigação e repressão de crimes, comprometendo o sucesso de operações já em andamento e futuros projetos de combate ao crime organizado.

O GAECO, que reúne diversas forças policiais e órgãos do Ministério Público, continuará atuando, mas a ausência da PRF pode afetar diretamente o alcance e a efetividade das ações no enfrentamento de organizações criminosas.

Procurador-Geral de Justiça solicita apoio de Frente Parlamentar para reverter suspensão

O procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Fábio de Souza Trajano, entregou nesta segunda-feira (10) ao Coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado federal Valdir Cobalchini, um ofício solicitando apoio da bancada federal para reverter a suspensão da parceria entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

Fotos: Divulgação / MPSC

O fim da colaboração foi anunciado na semana passada pelo Superintendente da PRF em Santa Catarina, Manoel Fernandes Bittencourt. A medida, que entra em vigor a partir de 10 de março, resulta no retorno dos policiais rodoviários federais para suas lotações originais, sem que os trabalhos ainda em andamento sejam prejudicados. A decisão foi tomada após orientações do Ministério da Justiça.

“Sem a parceria com a PRF, o combate ao crime organizado em Santa Catarina será fortemente impactado, prejudicando a segurança da sociedade e das instituições”, afirmou o Procurador-Geral de Justiça. Trajano também destacou a importância do apoio da bancada federal para garantir a continuidade dessa força-tarefa essencial no combate ao crime organizado em nível estadual e nacional.

Durante a reunião, Valdir Cobalchini, Deputado Federal, assegurou que levará a questão à bancada federal de Santa Catarina, composta por 16 Deputados Federais e 3 Senadores, que devem se reunir ainda nesta semana para discutir o assunto.

Operações de Combate ao Crime Organizado

A parceria entre o GAECO e a PRF, iniciada em 2002, resultou em uma série de operações de sucesso no estado, destacando-se:

  • Operação Mensageiro, que desmantelou redes de corrupção, com a prisão de servidores públicos e empresários.
  • Desmantelamento de facções criminosas envolvidas em roubos a bancos e transporte de valores.
  • Operações no Vale do Itajaí, que desarticularam organizações criminosas dedicadas ao furto de veículos e tráfico de drogas.
  • Operações de combate ao tráfico de entorpecentes, como a Operação Rota 600, que resultou na apreensão de mais de 6 toneladas de drogas.

Essas operações foram fundamentais para o enfraquecimento do crime organizado e a segurança pública de Santa Catarina.

O Ministério Público de Santa Catarina e o GAECO agora aguardam o apoio da bancada catarinense no Congresso Nacional para preservar a parceria com a PRF e garantir a continuidade das ações de combate ao crime no estado.

Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social - MPSC

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