Barulho em excesso: poluição invisível ameaça a saúde auditiva da população
Comemorado todo ano na última quarta-feira de abril, o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído será lembrado neste ano em 30 de abril. A data tem como objetivo chamar atenção para os efeitos nocivos da poluição sonora, cada vez mais presente na rotina das cidades.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os limites de ruído em áreas residenciais devem ser de até 55 decibéis durante o dia e 50 decibéis à noite. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis acima de 55 decibéis já são considerados prejudiciais à saúde, podendo causar irritação imediata, mas também consequências a longo prazo, como estresse, problemas cardíacos e perda auditiva.
Segundo o defensor público federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, o ruído é um poluente invisível e perigoso. Ele ressalta que o barulho constante, mesmo quando parece inofensivo, agride o organismo e pode gerar danos auditivos irreversíveis, especialmente entre os mais jovens. A perda auditiva precoce, além de comprometer a saúde, pode trazer impactos sociais, como preconceito e discriminação no mercado de trabalho.
A Sociedade Brasileira de Otologia estima que entre 30% e 35% das perdas de audição sejam causadas por ruídos comuns do cotidiano. Entre os vilões estão trânsito, obras, música alta, carros de som, além do uso prolongado de fones de ouvido em volume elevado.
A conscientização é o primeiro passo para mudar esse cenário. Reduzir o barulho nas atividades diárias é uma responsabilidade individual e coletiva, fundamental para proteger a saúde auditiva das próximas gerações.
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