A situação dos profissionais do SAMU de SC, que estão na linha de frente do atendimento com suspeita de Coronavírus
No fim do ano, não receberam o 13º em dia, alguns profissionais alegam estar há cerca de três anos sem férias e agora a aflição aumenta, pois estão na linha de frente dos atendimento a pacientes com complicações respiratórias e sob suspeita do Coronavírus e não possuem equipamentos adequados para se protegerem individualmente. Essa é a situação dos profissionais do SAMU.
O momento é de precaução e muita cautela, mas os profissionais de saúde estão numa situação em que alegam ser “desesperadora”. “A preocupação não é com o casos confirmados, pois quando sabemos, atuamos com todo o cuidado possível, o problema é quando não há confirmação do covid-19 que estão com insuficiência respiratória grave e estão em ambientes já contaminados e não temos equipamentos totalmente adequados e descartáveis.” fala uma médica do Serviço ao Mesorregional.
“Tem muito profissional da saúde com estresse psicológico crônico e a nossa exposição é muito maior. Temos medo, temos família e precisamos voltar para casa, sem contar as vezes com a mínima condição de trabalho, relata a profissional” informando que há bases sem condições para banho fora do alojamento e que em algumas situações o Estado não fornece sequer local adequado para o descanso.
Profissionais relatam que nesse momento seria essencial o fornecimento de macacões de proteção química, que são descartáveis e com o uso de máscaras adequadas com óculos de proteção, luvas e botas, o risco de contaminação se torna eventualmente menor, mas não fornecido pelo Estado até o momento, sendo que a unidade de uma roupa de proteção descartável custa menos de R$ 30, em média.
Em Blumenau, a Prefeitura disponibilizou por conta própria, equipamentos básicos a profissionais da saúde de postos e ambulatórios de saúde e também aos socorristas do SAMU, que atendem na cidade. Foram fornecidos toucas, aventais, óculos de proteção, além de protetor facial, conforme orientação da Associação Médica Brasileira (AMB).
Os profissionais também clamam por bases que possam contar com chuveiros fora da área de alojamento. “Antes de voltar para casa, preciso tomar banho para não levar a contaminação para outros locais” diz a médica. “Não é momento para reclamar, mas quando seria hora de valorizar o profissional, não recebemos sequer o mínimo, nem agora e nem antes dessa situação.” desabafa.
Uma outra situação negativa e que relata bem a situação precária que o SAMU enfrente é em relação às ambulâncias. Para se ter uma ideia, a viatura reserva da Unidade de Suporte Avançado de Blumenau está na oficina há mais de três meses, aguardando conclusão da manutenção, informam socorristas, que foram orientados a isolar internamente os veículos com manta términa, algo paliativo.
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Durante a coletiva de imprensa dessa sexta-feira (20) o secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino afirmou que a Secretaria está efetuando compras de insumos equipamentos de proteção individual para fornecer aos profissionais de saúde, mas não citou diretamente a compra de macacões. “Essas compras poderão ocorrer até mesmo de empresas de fora do país” informou.
Ainda de acordo com profissionais que atendem pelo SAMU em Blumenau, o Estado estudo reativar em Blumenau uma Viatura de Intervenção Rápida, que não transporta pacientes, mas que permite que uma equipe médica possa se deslocar com brevidade no atendimento de pacientes, com médico e equipamentos.
Confira as orientações da AMB para os profissionais de saúde em atendimentos de pacientes suspeitos de contaminação do covid-19:
1-Desde o primeiro atendimento, a pessoa com suspeita de novo coronavírus deve utilizar máscara cirúrgica.
2- O atendimento da pessoa com suspeita de COVID-19 deve ser realizado em sala privativa ou com menor circulação de pessoas, mantendo a porta fechada e o ambiente ventilado.
3- Os profissionais da saúde devem realizar higiene adequada das mãos, respeitando os cinco momentos de higienização:
a– antes de contato com a pessoa;
b– antes da realização de procedimento;
c– após risco de exposição a fluidos biológicos;
d– após contato com a pessoa;
e– após contato com áreas próximas à pessoa, mesmo que não tenha tocado a pessoa, cuidando direta ou indiretamente da pessoa.
4- O profissional deve usar equipamento de proteção individual (EPI):
A- protetor ocular ou protetor de face
B- luvas
C- capote/ avental/ jaleco
D- máscara N95/PFF2 (ou outras máscaras com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3µ tipo N99, N100 ou PFF3), sempre que realizar procedimentos geradores de aerossóis. Para realização de outros procedimentos não geradores de aerossóis, avaliar a disponibilidade da N95 ou equivalente no serviço. Não havendo disponibilidade, é obrigatório o uso da máscara cirúrgica.