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Ataques nas campanhas eleitorais e a violência política contra mulheres: um retrocesso antidemocrático

Em plena corrida eleitoral de 2024, os ataques pessoais têm parte do cenário político em Blumenau, ofuscando as discussões construtivas que deveriam nortear o processo democrático. Recentemente, uma controvérsia ganhou destaque quando a Federação PSOL-REDE denunciou o candidato a vereador do partido NOVO, “Halley” Edson da Silva, por manipular um vídeo da candidata à prefeitura, Rosane Martins, durante um debate realizado pela Universidade Regional de Blumenau, a FURB, organizado justamente pelos alunos de Direito. A edição descontextualizada de sua fala foi interpretada como uma tentativa de ridicularizar a candidata, lançando uma sombra sobre a integridade do debate político.

A Justiça Eleitoral, decidiu em favor da representação. O juiz eleitoral Clayton Cesar Wandscheer, ordenou a retirada imediata do conteúdo do Instagram de Halley e impondo uma multa diária de R$ 2.000 em caso de descumprimento.

Por conta de gestos assim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou uma campanha com a mensagem contundente: “Violência Política de Gênero Existe”. A campanha, está na internet e sendo veiculada em cadeia de rádio e televisão e é composta por uma série de seis vídeos que abordam diferentes formas de violência enfrentadas por mulheres no cenário político, desde ataques pessoais até a manipulação midiática para desacreditar suas candidaturas.

https://www.youtube.com/watch?v=9_Eg4tEHrYA

A produção foi feita pelo Observatório da Violência Política contra a Mulher, em parceria com várias instituições acadêmicas e a Comissão Gestora de Política de Gênero do TSE. O objetivo é alertar para o crescente número de ataques contra mulheres em posições de liderança e incentivar um debate eleitoral mais saudável e inclusivo. A campanha também busca conscientizar a sociedade sobre as estratégias de desmoralização e exclusão usadas contra candidatas, o que não apenas as prejudica pessoalmente, mas também enfraquece a democracia.

Ao utilizar ferramentas de manipulação e desinformação, como no caso envolvendo o candidato do partido NOVO, os candidatos e suas equipes acabam reproduzindo formas sutis (e não tão sutis) de violência política de gênero. Esses ataques não apenas desqualificam as mulheres que se colocam à disposição da política, mas também minam o próprio processo democrático, transformando debates em arenas de difamação e preconceito.

A violência política de gênero é uma realidade que compromete a pluralidade e a representatividade nas esferas de poder. Quando as candidaturas femininas são alvos de ridicularização ou desinformação, como no caso de Rosane Martins, a democracia perde, e a política se afasta do que realmente deveria ser: um espaço de debate (até mesmo ideológico) construtivo em prol do bem comum. A campanha do TSE é um passo importante para combater esse tipo de violência, mas é essencial que todos os envolvidos no processo eleitoral, incluindo eleitores, candidatos e partidos, rejeitem práticas desleais e promovam um ambiente de respeito mútuo. O futuro democrático depende da maneira como tratamos todos os candidatos e de como asseguramos que o debate eleitoral seja livre de ataques pessoais e de manipulações que apenas enfraquecem a confiança no processo político.

Clique aqui e confira outras vídeos da campanha do TSE.

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