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Bombeiros estimam que pelo menos 30 pessoas desapareceram no deslizamento da BR-376

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (30), autoridades responsáveis pelo resgate de vítimas no ponto de deslizamento de terra na BR-376, em Guaratuba, no Paraná. informaram que a previsão climática aponta que a intensidade de chuvas deve piorar no decorrer de hoje. “Com respeito as atividades que estão sendo desempenhadas pelo Corpo de Bombeiros, conseguimos avançar na retirada de três veículos e uma carreta e nesta carreta é que foi retirada o segundo óbito.” informou o Coronel QOBM Manoel Vasco de Figueiredo Junior comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.

Foto: Albari Rosa / AEN

Para o decorrer do dia, há grande preocupação com o aumento das chuvas, já que a previsão climática aponta isso. “Estamos tendo uma grande dificuldade, pois está previsto aumento das chuvas. A área já é de risco e com essas chuvas, tente a piorar. Continuamos lá com o mesmo número de efetivo…” comentou Cel Vasco.

Por parte da Defesa Civil do Paraná, foram divulgados dados gerais relacionados á chuva naquele estado, sendo que 1700 estão sendo atingidas diretamente “Sendo desabrigadas ou desalojadas” comenta o diretor da instituição Cel. QOBM Fernando Raimundo Schünig. Além disso, “45 famílias estão utilizando abrigo que foram ativados em Curitiba” já que estavam na rodoviária para seguir para Santa Catarina e/ou Rio Grande do Sul e ficaram impedidas de seguir viagem, por conta do deslizamento na rodovia.

“O terreno continua muito instável, a insegurança é muito grande, e os trabalhos deve ser muito restritos ás equipes de regate e da concessionária que opera máquinas” concluiu Fernando, que passou á palavra para o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Antonio Paim de Abreu Junior, que explanou a situação das rodovias federais do estado, além de fazer coro aos discursos de seus antecessores na coletiva, comentando ainda sobre os perigos de outros pontos de deslizamentos, sobretudo na BR-277, onde também foram registradas quedas de barreiras no trecho Paranaguá/Curitiba.

Fotos: Divulgação / SESP-PR

Identificação das vítimas

O corpo das vítimas fatais estão sendo conduzidas para o Instituto Médico Legal de Curitiba e todo o trabalho está sendo coordenado pelo Dr André Ribeiro Langowiski, que disse na coletiva de imprensa, ocorrida na manhã desta quarta-feira, que tudo está sendo realizado com base no protocolo internacional de IDVI (Identificação de Vítimas em Desastres). “O grande diferencial desse protocolo, é que existe uma comissão de membros da Polícia Científica, que trabalha initerruptamente, para atender desde a ‘ante mortem’, em que nós recebemos as famílias, para que nos deem as informações e maneiras de identificar vítimas mais facilmente, como entrega de documentos, descrição de tatuagens, etc.” explica.

“Existe a fase de ‘post mortem’ que é justamente quando se faz o exame pericial do cadáver, e aí sim tenta-se cruzar essas informações… nós acreditamos que pela característica do acidente, que é diferente de uma queda de avião [como exemplo] nós não vamos ter dificuldades em identificar rapidamente essas vítimas e entregar para as famílias.” enfatizou Langowiski, concluindo que foi assim a identificação da primeira vítima fatal.

A primeira vítima identificada da tragédia, foi João Maria Pires, de 60 anos, morador de São Francisco do Sul, de Santa Catarina. Ele era condutor de uma das carretas envolvidas na situação.

Número de desaparecidos e possibilidade de vítimas fatais

Até o momento há 19 contatos com a Polícia Científica do Paraná, sobre desaparecidos, muitos deles sobre as mesmas vítimas. Alguns casos relatados são sobre possíveis passageiros de um ônibus, situação já descartada. O contado para famílias que possuem pessoas desaparecidos pode ser feito através do telefone (41) 3361-7242. O serviço funciona 24 horas. Além disso, outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone da Centro de Operações Cidade da Polícia, no 0800-282-8082.

Atualmente o Corpo de Bombeiros trabalha com a possibilidade de haver até 10 veículos soterrados e assim que retirados, estão ficando ali mesmo próximos do local do acidente. Dentro dessa estimativa o Corpo de Bombeiros trabalha com a hipótese de ter entre 30 e 50 vítimas soterradas. “A questão do número de vítimas é baseada no número de veículos, mas não temos como precisar o número de vítimas, pois em um veículo pode ter de uma a cinco pessoas no interior, por isso trabalhamos com a possibilidade de 30 a 50 pessoas.” afirmou o coronel Vasco.

No total, ao menos 16 carros foram arrastados e/ou soterrados pela lama.

Conferia a coletiva na íntegra:

Liberação das pistas

Esse não tem sido o foco das equipes no momento, mas o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informa que os trabalhos podem durar até o dia 20 de dezembro, havendo inicialmente dentro de 10 dias, a possibilidade de liberação (apenas) parcial da rodovia, tendo em vista que outros 10 pontos de deslizamentos também foram detectados, mas totalmente menores.

Recuo nos trabalhos

Em razão das fortes chuvas que atingem a região de Guaratuba (PR), as equipes do Corpo de Bombeiros de SC foram desmobilizadas pelo CBMPR. Não há condições seguras de trabalho na região, pois o terreno é extremamente instável e um novo deslizamento poderia atingir as equipes de resgate.

A Força-Tarefa 03 permanece em situação de sobreaviso, tanto para atuar no desastre do Paraná, quanto para atender eventuais ocorrências graves decorrentes das chuvas que também atingem a nossa região.

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