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Cobertura vacinal contra poliomielite está abaixo de 50% em Santa Catarina

A poliomielite é uma doença viral muito contagiosa entre crianças de até cinco anos, que pode causar paralisia infantil em membros superiores e inferiores. Graças à vacinação em massa nas décadas de 1980 e 1990, já faz 30 anos que a doença foi erradicada no Brasil, porém o baixo índice de imunização registrado nas últimas campanhas está gerando preocupação sobre um possível retorno. Um levantamento feito pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) junto à Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) mostra que a última cobertura vacinal contra a poliomielite em Santa Catarina foi inferior a 50% do ideal, quadro que motivou a apuração de possíveis falhas do poder público na conscientização e divulgação da importância de imunizar as crianças.    

O coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC, Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, destaca dados da DIVE segundo os quais, no período da campanha contra a poliomielite no estado, entre 27 de maio e 14 de junho, foram aplicadas 15.264 VIPs (vacinas injetáveis contra a poliomielite) para a atualização do esquema primário de crianças menores de um ano de idade. Também foram aplicadas 168.633 VOPs (vacinas orais contra a poliomielite), direcionadas a crianças de um a quatro anos de idade. Conforme a contagem da DIVE, a cobertura vacinal avaliada para a VOP representou 43,43% do público, muito abaixo da cobertura preconizada, que é de 95%.  

“A campanha de vacinação contra a poliomielite terminou com números preocupantes de cobertura vacinal no estado. Por isso, estamos sugerindo às Promotorias de Justiça, respeitada a independência funcional dos membros, que analisem os dados coletados junto à DIVE em relação à quantidade de doses aplicadas e o percentual de cobertura alcançado em cada Gerência Regional de Saúde e em cada município. Dessa forma, poderão avaliar a necessidade ou não de atuar nos casos de baixa adesão à campanha, de modo a apurar possível ineficiência ou omissão do poder público na busca por atingir a cobertura vacinal mínima”, explica Martins.   

O coordenador do CSP informa, ainda, que as Promotorias de Justiça podem, com as Secretarias Municipais de Saúde, pensar em formas de diálogo, esclarecimento e convencimento dos pais sobre a importância da imunização. Eventualmente, podem buscar o apoio de médicos e profissionais da área da saúde que sejam respeitados no município e tenham vínculo com as famílias.  

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