Colunista de canal internacional da Alemanha publica artigo sobre “seita bolsonarista”
O jornalista Philipp Lichterbeck que colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para jornais na Alemanha, Suíça e Austria publicou ontem (16) no site da emissora DW (Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas) um artigo com o título “A seita que ameaça arrastar o Brasil para o abismo” em que trás sua análise sobre o comportamento do seguidores de Jair Bolsonaro, sem citar que tal comportamento é muito semelhante ao “lulismo”.
Em seu texto Lichterbeck afirma que “A extensão da irracionalidade é aterrorizante e ameaça arrastar o Brasil para o abismo” afirmando que o bolsonarismo “tem correspondentes ideias para a sociedade: violentas, autoritárias, sem empatia, anti-intelectuais e pseudorreligiosas” chegando a assimilar as atitudes do atual presidente do Brasil com as de Adolf Hitler ao citar que o nazista “acreditava que a Alemanha merecia ser devastada se não conseguisse vencer a guerra”, ao frisar que “não há outra explicação para a sabotagem do presidente e de seus apoiadores contra as autoridades…”.
Na visão do colunista o comportamento dos asseclas é semelhante a de cultos religiosos em que as contradições são ignoradas. “O bolsonarista sempre acha que sabe mais que os outros ‒ mesmo que os outros sejam o mundo inteiro. Ele não segue as estrelas da razão e do conhecimento que fizeram a humanidade avançar ao longo dos séculos (apesar dos inúmeros retrocessos). O norte na bússola do bolsonarista é a satisfação de seu ego insultado” comentando ainda que “o bolsonarista odeia o conhecimento quando este contradiz sua visão de mundo” ao fazer comparação a motorista que anda na contramão e ouve no rádio a situação que está ocorrendo e depois grita: “A mídia mente! Não é um motorista, são milhares!”
“Inicialmente, o bolsonarismo negou a existência da Covid-19. Tratava-se de uma “fantasia” e uma “invenção da mídia”. Então, a doença se tornou uma “gripezinha” que não poderia afetar “atletas” e agora esses mesmos indivíduos “se tornaram especialistas em curar a doença viral altamente complexa.” ao exigir que vítimas da doença sejam tratadas com o uso de cloroquina, alegando – sem conhecimentos e estudos concluídos – que o remédio é a cura e a grande arma contra o vírus que surgiu na China. Aliás, não é difícil achar através das redes sociais os defensores de Bolsonaro atacando chineses, como fez um de seus filhos e também seu Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que pode ser acusado de racismo.
Historiador brasileiro diz que não é possível falar em “bolsonarismo”
Para o historiador Marco Antônio Villa, autor do livro, “Década Perdida: Dez anos do PT no poder” – entre diversos outros – afirma que se tratando dos seguidores do atual presidente da República do Brasil, “não é possível falar bolsonarismo…” comenta em um vídeo afirmando que o “ismo” é “um conjunto de um conjunto relativamente orgânico de idéias”. “Não existe bolsonarismo!” enfatiza Villa. “É um monte de falas desconexas, absurdas, que não tem relação de uma ideia com outra. Que não tem base nenhuma, em nada, referências, coisa alguma.” diz o historiador que afirma um fanatismo irracional por parte dos seguidores do chefe do Executivo da União.
Foto: José Cruz / Agência Brasil