Com visível temor de grandes manifestações como em junho de 2013, Temer cede e espera fim da paralisação dos caminhoneiros
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do óleo diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo (27) pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações e estudos que contaram com o auxílio do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto. A título de comparação, o presidente disse que esse desconto equivale a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto. Além disso as 12 propostas anunciadas anteriormente continuarão valendo.
Temer ainda afirmou que o governo concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um piso para o frete rodoviário, além de garantir 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para os caminhoneiros autônomos. Essas determinações deverão constar em medidas provisórias a serem publicadas em edição extra no Diário Oficial da União. A expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura sete dias e causa enormes prejuízos e transtornos em todo o país comece a se desmobilizar a parte desta segunda-feira.
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“Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas. Durante toda esta semana, o governo sempre esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado”, afirmou o presidente. Temer disse que, nas últimas 48 horas, o governo avançou na negociação dessas novas medidas. “Assumimos sacrifícios sem prejudicar a Petrobras.” Ele destacou disse que o congelamento valerá por 60 dias e, a partir daí, só haverá reajustes mensais. “Cada caminhoneiro poderá planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações”, ressaltou o presidente.
Agora, com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria – pelo dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações custarão R$ 10 bilhões ao Tesouro, um valor bastante considerável, uma vez que o país acaba de sair de um gigantesca crise econômica, o que demonstra que talvez o medo do governo não é dos caminhoneiros, pois mais dia, menos dia, haverá um acordo, mas o receio de que grandes manifestações como as iniciadas em junho de 2013, possam voltar a ocorrer pode estar sendo mais relevante para com as decisões do governo.
Assista à integra do pronunciamento do presidente Michel Temer:
Pronunciamento Presidente Michel Temer
#AoVivo Acompanhe ao vivo o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer:
Publicado por Planalto em Domingo, 27 de maio de 2018
Foto: Foto Antonio Cruz / ABr