Cristina Kirchner abdica de candidatura a presidente
da agência de notícias ANSA
Às vésperas de ser julgada em um processo por corrupção, Cristina Kirchner abdicou neste sábado (18) de sua candidatura a presidente da Argentina nas eleições de outubro e disse que concorrerá ao cargo de vice em uma chapa encabeçada por seu ex-chefe de gabinete Alberto Fernández.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a ex-presidente e atual senadora diz estar convencida de que essa é a melhor contribuição que ela pode dar ao país e que os políticos “devem deixar as ambições e vaidades pessoais de lado”.
“Estou disposta a contribuir a partir de um lugar onde possa ser mais útil”, declarou Kirchner. Segundo a ex-presidente, a situação do povo e do país é “dramática” e tão grave quanto aquela que seu falecido marido, o também ex-mandatário Néstor Kirchner, herdou ao assumir o poder, em 2003.
“Estou convencida de que essa chapa é a que melhor expressa aquilo de que a Argentina precisa neste momento para convocar os mais amplos setores políticos e sociais”, diz a senadora no vídeo. Fernández, 60 anos, é advogado e foi chefe de Gabinete do governo argentino de 2003 a 2008.
Ele fará seu primeiro comício como candidato na próxima segunda-feira (20), na província de Santa Cruz, e no dia seguinte deve acompanhar Kirchner em seu julgamento. “Reitero que, mais do que ganhar uma eleição, precisamos de homens e mulheres que possam governar uma Argentina que se encontra em uma situação de endividamento e empobrecimento pior que a de 2001”, ressalta a ex-mandatária.
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Liderança
A decisão pegou a Argentina de surpresa, inclusive políticos do Partido Justicialista (PJ), já que Kirchner liderava as pesquisas de intenção de voto.
“Não tinha nenhuma notícia sobre uma decisão desse tipo”, disse o ex-ministro da Defesa kirchnerista Agustín Rossi. A ex-presidente aparecia com vantagem sobre Mauricio Macri em todas as sondagens realizadas em 2019, mas terá pela frente um julgamento por corrupção.
Na próxima terça-feira (21), Kirchner sentará no banco dos réus sob a acusação de beneficiar o grupo Austral, do empresário Lázaro Báez, em 52 contratos para obras públicas.
Foto: Divulgação / ANSA