Depois de tentar entrar na Bolívia Justiça Federal decreta prisão de Cesare Battisti
A Justiça Federal do Mato Grosso do Sul decretou nesta quinta-feira (5) a prisão preventiva de Cesare Battisti, acusado de evasão de divisas ao tentar entrar na Bolívia com o equivalente a cerca de R$ 23 mil em moeda estrangeira.
Segundo o juiz Odilon de Oliveira, famoso por sua atuação no combate ao tráfico de drogas, ficou claro que o italiano estava tentando fugir do Brasil para escapar de uma eventual extradição. A decisão foi tomada ao fim de uma audiência em Corumbá (MS), onde Battisti é mantido sob custódia.
O italiano, que mora no estado de São Paulo, foi interceptado na última quarta-feira (4), quando tentava entrar na Bolívia de táxi ao lado de um amigo, Vanderlei Lima Silva. Eles levavam US$ 5 mil e cerca de 2 mil euros em espécie.
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Em depoimento à Polícia Federal, Battisti disse que estava em Corumbá para “pescar” e que ia ao país vizinho para “comprar roupas de couro”. Ele e Silva chegaram ao Mato Grosso do Sul de carro, junto com um terceiro homem, Paulo Neto Ferreira de Almeida, que os deixara perto da fronteira.
No veículo conduzido por Almeida, a PF encontrou um “recipiente contendo resíduos de substância que aparenta ser cocaína”. Também em seu depoimento, Battisti disse que “não receia ser extraditado” e garantiu que está “protegido judicialmente” pelo decreto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que lhe concede asilo político.
No segundo semestre de 2016, após a posse de Michel Temer, o governo italiano pediu para o Brasil reabrir o processo de extradição de Battisti, que foi condenado à prisão perpétua em seu país por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970, quando integrava a milícia de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Em sua fuga, o italiano passou por França e México, até chegar ao Brasil, onde vive até hoje. Ele alega inocência dos crimes pelos quais foi condenado e diz ser vítima de perseguição política. Procurado pela ANSA, o advogado de Battisti, Igor Sant’Anna Tamasauskas, ainda não se pronunciou sobre a prisão preventiva de seu cliente.
Fonte:
Foto: José Cruz / Agência Brasil (Arquivo)