Descentralização ou interconexão: qual o futuro do poder estadual?
Confira mais um artigo da coluna Der Punkt, de autoria do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:
Há aproximadamente duas décadas Santa Catarina recebia um “choque de gestão”, promovido pelo então Governador Luiz Henrique da Silveira, com a criação das chamadas Secretarias de Desenvolvimento Regionais que tinham por objetivo descentralizar o poder decisório da Capital para o interior do Estado.
Ao longo dos anos o modelo foi ficando ultrapassado, seja por ter sido degenerado passando a servir mais de local de acomodação de político sem mandato a altos custos, seja pelo advento das novas tecnologias que permitem reuniões presenciais, conquanto não físicas, mas virtuais e em tempo real a custos muito mais baixos.
A ideia, contudo, de compartilhar o poder decisório, sobretudo com as regiões diretamente interessadas é boa e merece ser preservada sob os auspícios da era digital e da economicidade.
Assim, a Federação Catarinense dos Municípios, e os convênios regionais entre municípios que exsurgem pela sagacidade e empenho dos líderes de cada região do Estado, sem que signifique a criação de órgãos para acomodar apadrinhados políticos a custos dantescos ao contribuinte, mas que signifiquem reuniões assertivas periódicas (ainda que por aplicativos de celular ou Skype) tendem a rumar para um futuro mais promissor a todos.
O papel do Estado Federação, ou seja, do Centro Administrativo Barriga Verde, deve ser estimular essas alianças descentralizadas com objetivos claros de melhorias às regiões, sem aumentar custos à sociedade, mas melhorando a entrega de serviços na ponta, devendo o Governador se fazer presente com agendas que o permitam de forma itinerante a estimular essas iniciativas se deslocando incessantemente e de forma periódica a todas nossas regiões.
Bem-dito seja o WhatsApp que permite uma descentralização, na realidade uma interconexão, sem o cabide de emprego custoso à toda sociedade que havia se transformado as “ditas regionais”!
Ralf Guimarães Zimmer Júnior