Editorial: Divergências políticas colocam todos em risco
Depois de décadas esperando por ações eficazes para amenizar os danos causados pelas abundantes chuvas, a população do Vale do Itajaí pode perceber que as coisas no mundo político, por muitas vezes não ocorrem por brigas pelo poder. Um exemplo disso é o serviço emergencial da dragagem do rio Itajaí-Açu em Rio do Sul, onde ser parecer estar priorizando disputas políticas em vez do bem-estar dos seus cidadãos.
Recentemente, uma denúncia ao Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura resultou em uma notificação preliminar ao consórcio de empresas contratado pelo governo do Estado. As obras, que têm como objetivo desassorear o rio e prevenir inundações devastadoras, foram subitamente questionadas com base em um vídeo que supostamente mostra a retirada inadequada de árvores das margens do rio.
Em resposta ao Mesorregional, a Prefeitura afirmou que se tratava apenas de uma consulta à empresa sobre sua metodologia de trabalho, e não de uma notificação com a intenção de paralisar a obra, porém um áudio do prefeito José Thomé – que circula pelo WhatsApp – deixa claro que se trata de uma “notificação”. Agora a Defesa Civil de Santa Catarina está analisando a notificação e responderá dentro do prazo estabelecido pela Prefeitura.
Em pleno ano eleitoral, as divergências políticas entre o governo municipal e o governo estadual não podem se sobrepor às necessidades urgentes da população. Rio do Sul enfrenta um problema crônico de inundações, que no final de 2023 trouxe uma das situações mais graves da história da cidade. A continuidade das obras no rio Itajaí-Açu é crucial para minimizar os danos causados pelas chuvas e proteger a vida e os bens dos cidadãos.
A questão é que a população não pode ser refém de disputas entre diferentes esferas de governo, especialmente quando se trata de medidas essenciais para a segurança e o bem-estar de todos.
Os governos devem agir com responsabilidade e transparência, garantindo que todas as ações emergenciais necessárias para a mitigação dos danos causados pelas chuvas sejam conduzidas de maneira eficiente e sem interrupções indevidas. A vida dos cidadãos de Rio do Sul e região depende da continuidade dessas obras, e qualquer tentativa de atrasar ou obstruir o progresso em nome de rivalidades políticas é, no mínimo, irresponsável.
Jefferson Santos
Diretor do Jornal Mesorregional