Einstein errou: o espaço é mais relativo que o tempo!
Confira mais um artigo do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:
Não temos a mínima ilusão de competir por uma centelha de espaço na história da humanidade com o gênio que foi Albert Einstein, apenas expusemos um título provocativo cuja explicação vem na sequência.
O autor da teoria da relatividade demonstrou ao mundo, por meio de cálculos complexos, a grosso modo, que uma pessoa aqui na terra sentiria o passar do tempo diferentemente que outra que estivesse a viajar numa velocidade extremamente alta no espaço sideral.
Contudo, Einstein não viveu o suficiente para ver que hoje em dia o espaço passou a ser mais relativo que o tempo, e tudo aqui no Planeta Terra mesmo, sem a menor necessidade de traçar um paralelo com um viajante interestelar.
Isso porque, embora a noção de espaço, que por milênios habitou a ideário da humanidade com caráter unicamente físico – na toada de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço-, foi abalada recentemente pelo surgimento do espaço virtual.
Sim, dois corpos continuam [fisicamente] a não ocupar o mesmo lugar no espaço, conquanto possamos interagir em tempo real com uma dezena de rostos numa reunião presencialmente-virtual na tela de nosso computador de mão ou smartphone.
O próprio conceito de presença ou presencial hoje não possui mais o sentido unívoco de um pouco mais de uma década, que era entendido indissociavelmente sob o viés físico. Estar presente era, pois, estar fisicamente em dado local.
Com a revolução tecnológica que estamos emergidos, à qual alguns estudiosos chamam da revolução industrial 4.0, tronou-se não só possível, como obrigatório elastecer os conceitos de presença ou presencial para açambarcar, não somente o aspecto da presença física, mas também da presença virtual.
Assim, está evidenciado que a comunicação em tempo real, presencial, conquanto virtual, atende as expectativas para fins de prestação de serviços, tanto privados como públicos, como o atendimento presencial-físico da era analógica.
Não se pode olvidar ainda dos benefícios do modo presencial-virtual sobre o modo presencial-físico. O primeiro diz respeito à economia de tempo que era gasto antes em deslocamento, verdadeiro drama quando se tratava de reuniões presenciais-físicas em cidades já tomadas por problemas de mobilidade urbana. O segundo benefício é a preservação da saúde, ao passo que uma chamada de zap não necessita o uso de máscara, tampouco traz risco de contaminação pela COVID, ao contrário de uma sala reuniões físico-presenciais. E o terceiro ponto positivo, não menos importante, alegraria Einstein, o uso do espaço passou a ser relativizado – e aceleradamente reduzido – aqui na Terra.
Em uma palavra, mais barato pagar internet do que transporte, aluguel e IPTU. Enfim, quando alguém te chamar para uma reunião presencial não esqueça de perguntar: “pois não, presencial-virtual ou presencial-físico”?
Ralf Guimarães Zimmer Júnior