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Elizete Koser Dias, um toque feminino na direção de ônibus de Blumenau

Elizete Koser Dias que exerce a função de motorista de ônibus do transporte coletivo em Blumenau é uma das entrevistadas do especial do Mesorregional ao Dia Internacional da Mulher. Casada, blumenauese, sem filhos, veio da “roça” e foi lá que teve o primeiro contato em dirigir um veículo grande, pois dirigia um trator. Contrariando uma maioria feminina que teria receio em dirigir um veículo deste porte, ela afirma que nunca sentiu medo. Ela é uma das 13 mulheres que dirigem na empresa, num universo de 473 motoristas homens.

Com experiência na função de motorista há 7 anos, depois de um ano trabalhando como cobradora, Elizete iniciou no ramo do transporte urbano na extinta empresa Glória e logo de início já tinha ideia de chegar na função de motorista, realizada hoje na Blumob. Se encantava com a profissão e foi atrás de seu sonho. Inicialmente, com a troca da categoria da carteira de motorista e depois na conclusão de cursos preparatórios para condução de ônibus.

Fotos: Irenilta Karasek / Mesorregional

Nestes cursos aprendeu sobre a importância de transportar vidas e como deve  se comportar em diversas situações de sua rotina como motorista de coletivo. E aprendeu bem, pois em todo esse tempo como condutora, se envolveu somente em um acidente de trânsito, com poucos danos.

A entrevistada relatou que na família teve que enfrentar algumas dificuldades quando decidiu exercer essa profissão, pois não aprovavam justamente por ser algo que consideravam para “homens”. Mas quando perceberam que era a sua vocação, tiveram que apoiar.

Elizete conta um pouco de sua rotina: “Me divirto quando tem passageiros crianças, com suas reações de surpresa por verem uma motorista mulher.  Como fatos inusitados da profissão, posso citar um assalto ao ônibus que dirigia, que aconteceu num horário depois das 22h. Em outra ocasião alguns passageiros estavam fumando dentro do ônibus e tive que  parar onde tinha um posto policial para que fossem retirados. E o que marcou mais foi numa viagem que era a última do dia, e a cobradora disse que não tinha mais passageiros e estavam retornando para o terminal. Então ficaram conversando alegremente quando alguém puxou a cordinha pra descer. O passageiro estava no fundo do ônibus e disse que ficou surpreso por trabalharem tão felizes. Isso acontece quando a gente gosta do que faz“.

Ela fala com emoção “ Fico tão feliz quando vejo algumas colegas que  pretendem ser motoristas também. Com relação à  convivência com uma maioria masculina, nunca sofri nenhum tipo de discriminação. Penso que devemos receber o mesmo tratamento  que um motorista homem, mas sem perder o jeito feminino de ser. Amo o que faço e me realizo nesta profissão“

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