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Empresa envolvida na fraude da compra de respiradores em SC tem ligações com outros estados

Conforme o Mesorregional já noticiou desde quando foi descoberto, o caso da aquisição por dispensa de licitação de 200 ventiladores pulmonares por R$ 33 milhões segue em investigação. O mesmo empresário que intermediou essa venda ao governo de Santa Catarina tem também contratos com o governo do Pará, Goiás e prefeituras catarinenses. Nestes, com contratos de fornecimento de vale-alimentação a estudantes das redes públicas durante a pandemia.

A fraude em Santa Catarina,  denunciada inicialmente pelo site do  Intercept, gerou desdobramentos políticos e uma crise no governo de Carlos Moisés.

O empresário em questão é Fábio Guasti, que tem a base de seu grupo, a Meu Vale, em Guarulhos, São Paulo. Segundo a investigação, eles pretendiam “lavar o dinheiro”, usando o recebimento dos respiradores para comprar kits de testes rápidos de covid-19 e revendê-los a outros estados.

Assim como o caso dos respiradores, os contratos com outros Estados e prefeituras são em caráter emergencial, sem licitação, No mês de abril, a Meu Vale acertou um contrato para fornecer cartões de alimentação para estudantes da rede pública do Pará por R$ 21,5 milhões.

No mês de março, a prefeitura de Florianópolis assinou contrato com a Meu Vale para o mesmo serviço que foi fechado no Pará. Como garoto propaganda da ação foi usado o ex-jogador André Santos, que já jogou na Seleção Brasileira,  Nessa transação, que pode ser acessada no portal da transparência, foram repassados à Meu Vale de R$ 400 mil em menos de dois meses, sem licitação.

André Santos, ao microfone, ao lado de Fabio Guasti, que segura o cartão, durante evento em Florianópolis.
 Reprodução: Facebook/André Santos

Conforme informou ao site The Intercept, o ex-jogador diz que atuou como uma espécie de cartão de visitas para a empresa de Guasti, intermediando negociações para adesão do cartão nas cidades de Blumenau e Tubarão – administradas respectivamente por Mario Hildebrandt, do Podemos, e Joares Ponticelli, do PP.

Apesar disso, Santos garantiu que não sabe se o amigo Guasti participou da venda dos respiradores ao governo de Santa Catarina. Alegou que sua ligação era somente para o cartão de benefícios e não sabia sobre os respiradores. Como é morador de Florianópolis, conhece muitas pessoas na cidade e fez as conexões com secretários, prefeitos para a comercialização do cartão merenda.

Foto: Reprodução Governo de SC

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