Entenda por que a abertura do canal extravasor da barragem de Taió, ajuda a proteger o Vale do Itajaí em relação a novas cheias
No fim da tarde de ontem (1º) muitas pessoas ficaram apreensivas quando foi anunciado que havia sito realizada a abertura do canal extravasor da Barragem Oeste, em Taió. A medida foi tomada por volta das 17h justamente como forma de proteger a população de todo o Vale do Itajaí das possíveis inundações causadas pelas chuvas que atingiram o estado nos últimos dias e que devem se repetir na próxima, conforme prevê a Defesa Civil de Santa Catarina, responsável pela operação das barragens. Segundo o governo do Estado, a medida já demonstrou eficácia, já que na medição das 12h desta sexta-feira (2), o nível do rio estava com 8 metros, ou seja, estava dentro do esperado com o procedimento realizado na barragem.
Segundo a Defesa Civil do Estado, a operação da abertura do canal extravasor em Taió foi planejada e calculada, fazendo com que as quatro comportas se mantivessem abertas para direcionar o fluxo de água e que há compromisso de gerenciar da melhor forma os barramentos na região para que o impacto das cheias seja o quanto menor possível. Ainda de acordo com a Defesa Civil a medida foi necessária para reduzir o volume do reservatório, já que existe a previsão de muita chuva para os próximos dias.
Os boatos que surgem de pessoas que não possuem o mínimo de conhecimento técnico surgem a cada época de chuva, e segundo profissionais do ramo, esse tipo de comportamento que cria alardes desnecessários acabam atrapalhando os trabalho das equipes técnicas, por isso há sempre a necessidade de busca de informações verdadeiras através de fontes confiáveis.
Vale lembrar que diversas melhorias foram realizadas nos últimos anos nas barragens de Taió e Ituporanga, por por exemplo, as obras de sobrelevação em dois metros, aumentando a capacidade de retenção da água. Com investimentos do Governo Federal e obras realizadas pelo Governo do Estado, a capacidade da barragem de Taió passou de 83 milhões de metros cúbicos para 100 milhões de metros cúbicos, um incremento de 20%, enquanto a barragem de Ituporanga passou da capacidade de retenção de 93 milhões de metros cúbicos para 110 milhões de metros cúbicos, ou seja, um aumento de 18%.
As melhorias amenizam ou até mesmo eliminam danos na região em casos de ocorrências de fortes chuvas, dependendo da intensidade dos eventos climáticos. Isso fez com que houve a garantia de uma redução média de 1,5 metro em alagamentos registrados em cidades como Rio do Sul, de acordo com o secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli.
Ás 19h desta sexta-feira a barragem de Taió estava operando com nível em 19,53 metros, representando uma ocupação de 86,88% da sua capacidade, estando com o cana extravassor e 5 das 7 comportas, abertas. Já a barragem de Ituporanga está com nível de 27,73 metros, correspondente a 75,94% da ocupação máxima, sendo que todas as suas 5 comportas encontram-se abertas. O rio Itajaí-Açu em Blumenau no mesmo horário está em 5,75 metros acima do nível normal.
Impasse na Barragem de José Boiteux
A barragem de José Boiteux que serve quase que exclusivamente para amenizar os alagamentos em Blumenau, está ocupada por índios desde 2015, em forma de protesto de acordos não cumpridos pelo Governo Federal, que ficou devendo moradias estruturadas, construção de acesso quando o nível do rio sobre e a apresentação de um estudo do impacto sócio-ambiental que a barragem trás para aquela região. Com os índios no local, não há como operar o sistema, por isso na tarde de hoje autoridades e lideranças políticas foram até o local para dialogar com a comunidade indígena na tentativa de liberação do local.
A comitiva, com a presença do prefeito de José Boiteux, Jonas Pudewell; o secretário da Agência Regional de Desenvolvimento de Rio do Sul, Ítalo Goral, e o deputado estadual Jean Kuhlmann acompanhados de agentes da Polícia Federal, conseguiram convencer através do diálogo com aproximadamente 50 índios, de que a Defesa Civil pode acessar a barragem durante para fazer uma varredura de como está a situação e o que será necessário para operá-la. Porém os índios não “autorizaram” a operação.