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Estudo Revela: custos com demência sobrecarregam famílias no Brasil

👵🏼👴🏼 Um recente estudo divulgado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, através do Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (Renade), apresentou dados alarmantes sobre os custos e desafios enfrentados pelas famílias no cuidado de pessoas com demência no país.

De acordo com o Renade, ao menos 73% dos custos associados ao cuidado dos pacientes recaem sobre as famílias, resultando em sobrecarga física, emocional e financeira. Esses custos podem chegar a 81,3%, dependendo do estágio da demência. A maioria dos cuidadores são mulheres, responsáveis por horas dedicadas ao cuidado diário, levando muitas vezes à interrupção de suas atividades profissionais.

O estudo destacou que esses custos não se limitam a gastos diretos em saúde, como consultas e medicamentos, mas incluem também a perda de produtividade dos cuidadores. Em média, são dedicadas 10 horas e 12 minutos diariamente ao cuidado e supervisão da pessoa com demência.

Cleusa Ferri, psiquiatra e epidemiologista coordenadora do Projeto Renade, ressalta a necessidade urgente de mais serviços de qualidade que atendam tanto às necessidades dos pacientes quanto dos familiares, propondo um olhar mais atento ao cuidador.

“Isso envolve horas de dedicação para o cuidado. A pessoa, por exemplo, pode ter que parar de trabalhar para cuidar. Isso tudo envolve o que a gente chama de custo informal. É importante que se ofereça um apoio para a família”. afirma Ferri que ainda complementa que O familiar pode até ser um parceiro do cuidado. Mas precisamos também pensar nesse cuidador.”

A pesquisa, realizada com 140 pessoas com demência e seus cuidadores, aponta para questões alarmantes: 45% dos cuidadores apresentavam sintomas de ansiedade e depressão, enquanto 71,4% demonstravam sobrecarga relativa ao cuidado. Apenas 15% obtinham medicação gratuitamente no SUS.

O estudo alerta para o subdiagnóstico da demência no Brasil, afirmando que cerca de 80% dos casos não são diagnosticados. Isso reflete não só a falta de cuidados específicos, mas também a invisibilidade e o estigma associados à doença, o que dificulta a conscientização e o acesso a apoio e cuidados.

*Com informações da Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

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