Famílias indígenas são retiradas de locais insalubres, em Blumenau, e recebem ajuda para retornar aos seus locais de origem
Na tarde desta segunda-feira (2), o Serviço de Abordagem Social da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) de Blumenau esteve na Via Expressa Paul Fritz Kuehnrich para cumprir ordem de retirada das famílias indígenas que viviam em baixo do viaduto, às margens da rodovia.
De acordo com o diretor de políticas públicas sobre drogas da Prefeitura Municipal de Blumenau, Marciano Tribess, os povos indígenas podem migrar para a cidade para comercializar seu artesanato e, geralmente, fazem isso em período de férias escolares. No entanto, eles precisam apresentar uma carta com a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), o que não aconteceu, e o município precisa oferecer espaço onde eles possam ser alocados.
Em Blumenau, não há um espaço destinado aos índios, mas eles têm acesso ao Abrigo Municipal. “O abrigo é tanto para pessoas em situação de rua quanto para pessoas que estão em trânsito. Assim diz a legislação da Assistência Social“, ressalta Marciano em entrevista ao Notícias Vale do Itajaí.
A Abordagem Social da cidade notificou as famílias a respeito da insalubridade dos locais onde eles haviam se instalado e pediu para que se retirassem ou se dirigissem ao abrigo, pois, ainda conforme o diretor Marciano Tribess, os locais onde os índios viviam começaram a ser invadidos por pessoas em situação de rua e traficantes de drogas. Além disso, a presença de água parada no local também preocupou os agentes por conta do perigo da proliferação do Aedes aegypti.
A prefeitura, então, tomou a decisão de derrubar os barracos e revitalizar o espaço para evitar que haja uma invasão no espaço público.
No espaço em baixo do viaduto, viviam quase 20 pessoas. Já nas proximidades do Fort Atacadista, na mesma rodovia, eram cerca de 89 pessoas.
De acordo com a Abordagem Social, na manhã desta segunda-feira, haviam cinco pessoas ainda ocupando o espaço próximo ao Fort Atacadista, incluindo uma mulher grávida de três meses, que receberá acompanhamento médico. Em baixo do viaduto, há ainda um casal que deve se retirar na sexta-feira (6) e retornar para a sua aldeia. O município providencia passagens para que os índios retornem para seus locais de origem.