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“Feliz aniversário” cantam moradores de rua que desmoronou há um ano em Blumenau

Foi na madrugada de uma quarta-feira, 22 de junho de 2016 que moradores de uma residência localizada na Rua João Sant’Anna de Oliveira e as três ocupantes de um Chevrolet Celta tomaram um grande susto com o desmoronamento de terra que aconteceu na Rua Norberto Seara Heusi, no bairro Escola Agrícola, em Blumenau. O acidente deixou três moradores sem sua casa e a proprietária do veículo também não foi indenizada pelos danos no carro. Todos cobram na Justiça indenização para o SAMAE, já que há suspeita que o motivo do desbarrancamento foi ocasionado por conta de uma adutora rompida.

Um ano depois tudo continua praticamente como estava no dia 22 de junho do ano passado, a única coisa que mudou, foi que o mato cresceu, o telhado da casa também cedeu e parte da camada asfáltica também não resistiu. Por essa razão os moradores da região resolveram fazer uma manifestação no final da semana passada na tentativa de chamar a atenção sobre o descaso do poder público, fazendo uma “festa de aniversário” no local. O SAMAE e a Prefeitura de Blumenau tentam alegar na Justiça que o deslizamento ocorreu por conta da natureza e não por conta do rompimento da adutora, e negam-se a indenizar os proprietários do imóvel e do automóvel atingidos.

Fotos: Cleimir de Oliveira / Leitor NVI

 

No dia 24 de maio deste ano, um perito indicado indicado pelo Poder Judiciário foi até o local para ouvir as partes e confeccionar o laudo técnico sobre os motivos do desmoronamento, que poderá ser crucial para decisão judicial. Mas enquanto o parecer jurídico não sai, há quem tem casa própria e nela não pode morar e há quem ainda paga o financiamento do carro sem poder usá-lo.

Moradores afirmam que o perigo é também com o trânsito, já que a via está em apenas uma pista, no sistema siga e pare e como tem pouca visibilidade por ser no topo de um morro. “Um ano se passou e nada foi feito, o buraco continua na rua, e a cada chuva ele aumenta ainda mais, fazendo com que o perigo de algum veículo volte a cair ali. As autoridades simplesmente esqueceram do caso, mas nós moradores, não!” afirmou Andreza Zeverino, moradora da região e que passa no local todos os dias.

O advogado da família que teve a casa atingida, Ivan Naatz, informou que há informações que na época do acidente havia uma adutora rompida e por conta da chuva que ocorreu acabou acontecendo o deslizamento por conta encharcamento do solo. “A apuração técnica é realmente dificultada neste caso, porque o SAMAE tem um corpo técnico muito bem estruturado e eles acabam sendo beneficiados.” explicou o advogado. “Nós fizemos uma proposta para o SAMAE para recuperação da via e também para indenização da família, se dependesse da gente, tudo estaria resolvido, mas o SAMAE não aceita nada, nega tudo.” comentou Naatz ao Notícias Vale do Itajaí.

“Eu nunca pensei que passaria por tanto desrespeito na minha vida!” disse Salézio Miranda um dos moradores da casa que foi atingida.

Nós também tentamos conversar com os representantes dos SAMAE que acompanharam o trabalho do perito designado pela Justiça, mas o advogado da Autarquia informou que só haverá manifestação após o caso for concluído pela justiça.

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