Filme de 1973 prevê acontecimentos em 2022 e acertou muito
O longa “No Mundo de 2020” com Charlton Heston aponta escassez de alimentos frescos e aumento de desabrigados!
No Mundo de 2020 (Soylent Green) é um filme futurista americano produzido em 1973, dirigido por Richard Fleischer (1916 / 2006) e com elenco de grandes nomes como Charlton Heston (1923 / 2008) e o romeno Edward G. Robinson, que curiosamente faleceu logo após as filmagens aos 79 anos. O roteiro é de Stanley R. Greenberg, inspirado na história “Make Room! Make Room!” (1966), de Harry Harrison.
Nesse futuro (presente) de 2022, a Humanidade acabou com os recursos naturais do planeta em razão da superpopulação e mandos e desmandos de governos e corporações. A base de alimentos de todos vem da Soylent Corporation, que fabrica basicamente biscoitos proteicos coloridos, com o mais recente deles sendo o cobiçado verde, ou Soylent Green. Apesar da visão pós-apocalíptica global, o longa restringe-se à uma Nova York com nada menos do que 40 milhões de habitantes, com grande parte da população dormindo pelo chão em escadarias e igrejas e passando horas dos quentíssimos dias em filas para ganhar a ração diária de Soylent e água. É nesse cenário que somos apresentados ao Detetive Frank Thorn (Heston) e ao seu amigo mais velho – e que portanto se lembra do mundo ainda verde de verdade – Sol Roth (Robinson) que, juntos, investigam casos policiais e que se envolvem no assassinato de um membro da elite privilegiada que vive em apartamentos de luxo, com espaço, água e comida.
Ambientado mais precisamente em 2022, nosso planeta está totalmente poluído, com os recursos naturais esgotados e enfrentando uma grave crise com superpopulação. A cidade de New York tem quarenta milhões de habitantes e o mundo passa fome, com as pessoas pobres e desamparadas sendo apenas alimentadas por tabletes chamados “verde soylent” (do título original), obtidos a partir de algas dos oceanos. E apenas uma pequena parte da população rica tem acesso à comida “de verdade” como frutas e carnes.
Superpopulação – O crescimento populacional é outro tema mostrado, onde o personagem principal comenta em certo ponto: “Tem dois milhões de caras desempregados só em Manhattan – e só de olho no meu emprego!”.
Mudanças climáticas – Talvez influenciado pela onda de calor de 1972 e pela primeira crise do petróleo no início dos anos 1970, No Mundo de 2020 imagina um futuro sufocante onde a temperatura nunca cai abaixo dos 32 graus.
Morte assistida – Assunto polêmico na época do filme, a morte assistida hoje é legal no Canadá, Colômbia, Austrália e partes da Europa. A morte assistida consiste em resposta a um pedido do próprio, consciente, antecipar ou abreviar a morte de doentes terminais mentalmente sãos e que estejam em grande sofrimento, sem expectativa de cura.
Tempo de tela – Enquanto Thorn gasta seu tempo livre saboreando feijão, alface e maçãs, a elite de No Mundo de 2020 tem uma maneira mais moderna de se descontrair: videogames.
E aí, acharam que acertou mesmo?