Fortes para o trabalho, mas frágeis para as relações afetivas?
Confira mais um artigo da jornalista empreendedora e colunista do Mesorregional, Liliani Bento, que com maestria trás sempre opinião, análises e revelações através da coluna CONEXÃO EMPREENDEDORA:
No dia 19 de novembro se comemorou o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. O Brasil é o 7º país com o maior número de empreendedoras do mundo. Dos 52 milhões de empreendedores brasileiros, 57,7% são do sexo feminino, ou seja, somos 30 milhões de mulheres que decidiram ter seu próprio negócio. Isso mostra a força feminina e a determinação. Pesquisas comprovam que as mulheres estão estudando mais e se preparando para o mercado. Porém, o que chama a atenção e assusta é que, ao mesmo tempo que as mulheres estão aptas ao mercado de trabalho, são excelentes mães e se viram nos trinta para dar conta de todas as demandas, elas continuam sendo vítimas de violência doméstica.
O assunto foi abordado de forma muito inteligente em um vídeo recente da influenciadora Cíntia Chagas. Ela é uma mulher conhecida nacionalmente pelo seu português impecável, ficou rica em função do seu trabalho, é linda e admirada. Recentemente, se tornou mais famosa por ter se separado, depois de três meses de casada, do deputado estadual por SP, Lucas Bove. Motivo: supostamente violência doméstica.
No vídeo, ela conta que foi casada três vezes e sofreu algum tipo de violência em cada um dos seus relacionamentos. Muita gente ficou chocada com essa revelação. E ela mesmo dá a explicação. Por ser uma mulher forte, determinada e que sabe o que quer, características masculinas, ela buscava por um homem que fosse mais forte que ela, que oferecesse proteção e poder. E não estou dizendo que todos os homens fortes, determinados e poderosos são violentos. Porque há agressores em todas as classes sociais e de todas as profissões. Até desempregados podem ser violentos.
Os motivos são os mais variados. Se a mulher é forte e se destaca, o homem pode se sentir intimidado e usa a força física ou até a verbal para minar a autoconfiança e autoestima da mulher. Se é a mulher que paga a maior parte das contas, ele pode se sentir ameaçado. O rol de “motivos” é infinito. Ciúme, machismo, educação repressora, etc..
O importante é entender como essas mulheres, cheias de qualidades, atraem homens com perfil violento e controlador. E nas diversas conversas que tenho com amigas e profissionais que entrevisto, a resposta é sempre a mesma: inteligência emocional. Temos que aprender a fortalecer o nosso emocional para que ao surgirem os sinais, as mulheres usem da sua força emocional para se afastar desse tipo de situação. Não estou dizendo que é fácil, mas é possível. Por isso, sou defensora de que inteligência emocional fosse uma disciplina na escola. Assim teríamos meninos e meninas que se tornariam adultos com um emocional mais saudável.