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Funeral de Bento XVI deve reunir 60 mil pessoas

da ANSA

A província de Roma espera receber cerca de 60 mil pessoas para o funeral do papa emérito Bento XVI, informou o líder local, Bruno Frattasi.

“Das 2h da manhã às 16h, durante a exposição do féretro do papa emérito, na Praça São Pedro, estão previstas entre 30 mil e 35 mil pessoas por dia. Para o funeral em si, no dia 5 de janeiro, esperamos entre 50 mil e 60 mil pessoas”, disse Frattasi à imprensa.

O político ainda informou que os detalhes de segurança serão definidos em uma reunião no domingo (1º), mas que “não será inferior ao que está sendo usado para o Réveillon”. Ou seja, ao menos mil agentes estarão em serviço.

Papa emérito Bento XVI morreu aos 95 anos

O papa emérito Bento XVI morreu na manhã deste sábado (31), aos 95 anos de idade, quase uma década após sua renúncia ao comando da Igreja Católica.

“Com dor, informo que o papa emérito Bento XVI morreu hoje, às 9h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano”, disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Seu corpo ficará exposto para a despedida dos fiéis a partir da manhã da próxima segunda-feira (2), enquanto o funeral foi marcado para quinta (5),às 9h30 (horário local), na Praça São Pedro, em cerimônia presidida pelo papa Francisco.

“Seguindo o desejo do papa emérito, o funeral ocorrerá sob o signo da simplicidade. Será solene, mas sóbrio. O pedido explícito do papa emérito é de que tudo tivesse a marca da simplicidade, seja no funeral, nos ritos ou nos gestos nesse tempo de dor”, afirmou Bruni.

O quadro de saúde de Joseph Ratzinger começou a se agravar nos dias anteriores ao Natal, quando ele apresentou problemas respiratórios, porém a situação se tornou pública apenas na última quarta (28), após o papa Francisco pedir “orações” dos fiéis pela saúde de seu antecessor.

Na tarde daquele mesmo dia, ao fim de uma missa no Mater Ecclesiae, o papa emérito recebeu a extrema-unção.

Trajetória

Nascido na pequena cidade de Marktl am Inn, no estado alemão da Baviera, em 16 de abril de 1927, Ratzinger era filho de um policial e uma cozinheira e, na adolescência, foi membro da Juventude de Hitler, etapa obrigatória para jovens durante o regime nazista.

Após a queda da Alemanha na Segunda Guerra, foi prisioneiro dos aliados durante um breve tempo e, após conquistar a liberdade, enveredou pelos estudos religiosos, tornando-se padre e obtendo doutorado em teologia.

No ano de 1977, Ratzinger foi nomeado arcebispo de Munique e Freising pelo papa Paulo VI e, em junho do mesmo ano, tornou-se cardeal.

Em 1981, já com a fama de teólogo respeitado, foi nomeado por João Paulo II como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, importante dicastério da Cúria Romana herdeiro da Santa Inquisição.

De orientação conservadora, ele permaneceu no cargo até abril de 2005, quando venceu o conclave para escolher o sucessor de João Paulo II.

Em fevereiro de 2013, no entanto, renunciou ao trono de Pedro alegando não ter mais forças para seguir na função, abrindo caminho para a ascensão do progressista Francisco. Bento XVI foi o primeiro papa a renunciar em cerca de 600 anos.

Após sua abdicação, Ratzinger passou a viver de forma reclusa no Mosteiro Mater Ecclesiae, fazendo raras aparições públicas. Sua rotina era marcada por orações, leituras, correspondências, música e passeios nos Jardins Vaticanos.

Foto: Reprodução / Twitter

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