Idosa de 74 anos internada com tumor na bexiga é impedida de receber os próprios exames em hospital
Rosa Aparecida de Oliveira, nora de Leonita Neuhaus, está buscando auxílio para ajudar sua sogra, que está internada há 10 dias no Hospital Beatriz Ramos (HBR), em Indaial. Leonita tem 74 anos, é aposentada e está hospitalizada por conta da constatação de um tumor maligno na bexiga, diagnosticado há três meses, sendo que nesta última semana a situação ficou mais grave e a paciente precisou receber diversas bolsas de sangue, o que deixou a família com uma angústia ainda maior.
O Notícias Vale do Itajaí fez contado durante a tarde desta terça-feira (21), tanto com a unidade hospitalar, quanto com a clínica onde o médico urologista que solicitou a internação da idosa e classificou a situação como “não urgente” para esclarecer os motivos do não fornecimento de um laudo e do prontuário à família, atestando o real situação de saúde de Leonita. No HBR, ninguém da Gerência Executiva pode atender a ligações, também não recebemos retorno, apenar do registro e do contato ter ficado com a telefonista. Já em uma das clinicas onde o médico trabalhava, a secretária informou que apenas na próxima sexta-feira (24) uma resposta poderia ser dada.
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Segundo Rosa, o laudo médico (não fornecido) seria essencial para que a família solicite a transferência para o Hospital Santo Antônio, em Blumenau, onde há equipe e estrutura para realização da cirurgia, que a idosa precisa. “Tenho um papel do médico que consta que minha sogra tem um tumor, mas eles não fornecem o laudo porque consideram que não é um caso urgente, mas minha sogra grita muito de dor e perdeu muito sangue na última semana” diz a nora.
“Ontem eu paguei uma taxa para poder retirar alguns exames, mesmo assim fui informada que teremos que aguardar três dias para receber esses documentos, na situação em que minha sogra está, é muito tempo” complementou Rosa, que ainda disse que como a idosa recebe apenas um salário mínimo de aposentadoria, todo o atendimento está sendo realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), sendo que para fazer cirurgia de forma particular, aconteceria com brevidade pelo custo de R$ 13 mil.
Bruno Wanke, advogado da Wanke Assessoria Jurídica, afirma que há necessidade de alguns trâmites a serem seguidos nesse caso, para que caso haja necessidade de uma intervenção judicial em casos como este. “O prontuário é algo pessoal, então somente o paciente pode solicitar, caso não tenha condições disso, ou queira que familiares tenham acesso, o ideal é produzir um termo autorizando alguém a retirar exames, laudos e prontuários, ir até um cartório e solicitar que o tabelião vá até ao hospital para recolher a assinatura” orienta Bruno.
“Prontuários e exames podem ser negados a um terceiro, mas não ao paciente, ou alguém que tenha poderes constituídos para isso” afirma o advogado, que ainda orienta que o Estado tem o dever de cumprir com o atendimento à saúde dos cidadãos, conforme previsto na Constituição Federal.
Foto: Reprodução / Pedido de Internação