Imposto de Renda: um “roubo legalizado”
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Ontem, dia 31 de maio, foi o último dia para declarar ao governo toda a renda que você obteve em 2020. A declaração é obrigatória para quem recebeu rendimentos mensais de pouco mais que dois salários-mínimos. O governo até sabe quanto você recebeu, mas ainda assim prefere que você declare, pois caso esqueça algum valor, terá que pagar um montante ainda maior a título de multa.
O mecanismo denominado “imposto de renda” é, na prática, uma espécie de “roubo legalizado“ em prol da manutenção dos supersalários e das aposentadorias da elite do funcionalismo público. Quem atrasa, paga multa e quem não paga, vira um sonegador, podendo ter o CPF suspenso e até ser preso. Se o agente não fosse o governo, a conduta de exigir parte da renda de alguém mediante violência ou grave ameaça certamente seria tipificada criminalmente como “roubo”. Mas é o Estado, então está “tudo certo”, afinal, registrando escusas pelo sarcasmo, podemos ver de modo cristalino que todo o valor depositado na conta estatal nos retorna na forma de serviços públicos exemplares.
Em 1787, José Joaquim Maia e Barbalho, um médico brasileiro formado em Coimbra e então se especializando na França, usando o codinome de “Vendek”, contatou Thomas Jefferson, na época o embaixador americano na cidade luz, em busca de apoio para uma revolução que pretendia iniciar no Brasil.
A Revolução era a chamada “Inconfidência Mineira”, e se espelhava na independência americana, conquistada por Jefferson e seus correligionários alguns anos antes. Um dos principais objetivos dos inconfidentes era acabar com a “derrama”, imposto da época, também conhecida como o “quinto dos infernos”, pois correspondia a um quinto de toda a renda obtida pelo estado de Minas Gerais. Infelizmente, o embaixador recusou dar apoio aos inconfidentes, que acabaram derrotados, alguns até mortos, como Tiradentes.
Hoje, estima-se que o brasileiro deixe cerca de 41% de toda a sua renda anual em impostos. Por mais incrível que possa parecer, a corte da época era infinitamente mais barata do que a “corte republicana” que hoje nos governa.
Ora, caríssimos leitores, a alta carga tributária brasileira nos sufoca e claramente nos impede de crescer como país. Um grito liberal aos poucos finalmente começa a ser ouvido, seus dizeres trazem um antigo clamor: “libertas quæ sera tamen – liberdade, ainda que tardia”. Imposto é roubo e se tal cobrança pela manutenção do Estado é inevitável, que pelo menos seja reduzida a um crime de menor potencial ofensivo. O brasileiro não aguenta mais pagar por uma coroa ineficiente.
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