Jornal Mesorregional: É hexa! Equipe Arromba comemora a sexta vitória na Gincana de Blumenau
Bem mais do apenas cumprir provas em busca da vitória, ser gincaneiro é contribuir com a preservação da história e serviços sociais, em prol dos blumenauenses. Nos dias 10 e 11 de setembro, aconteceu a 28ª Gincana de Blumenau. Como tantos outros eventos, ela teve um hiato de dois anos por conta da pandemia do Covid-19. Entretanto, essa pausa acabou e como resultado a Equipe Arromba conseguiu seu sexto título na competição.
Para falar sobre essa vitória, o Mesorregional entrevistou alguns dos membros da equipe campeã: Carolina Effting, Marianka Caresia, Jarbas Della Giustina e Ricardo Caresia, que também representa a equipe na Liga dos Gincaneiros, onde é vice-presidente.
Se engana quem pensa que a gincana acontece somente em dois dias de evento. Na verdade, algumas das provas já iniciam no mês de março, quando a liga começa a distribuir os desafios para as equipes. Além disso, todos os grupos fazem treinamentos e eventos para arrecadar fundos. O que acaba resultando em um ou dois encontros por mês, ao longo do ano. Jarbas Della Giustina, relata que nesta edição a equipe se inscreveu com 120 membros. “Entretanto, durante o ano esse número acaba diminuindo um pouco, pois algumas pessoas moram em outras cidades e acabam vindo só para os dois dias de evento em si. Por isso, durante o ano, são mais ou menos uns 80 membros na equipe”, completa.
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Liga dos Gincaneiros
Para cuidar de todos os assuntos pertinentes à Gincana de Blumenau foi criada a Liga dos Gincaneiros. Ela é formada por membros de todas as equipes com o intuito de pensar no bem geral da competição. É através da liga que as provas de cunho social e históricas são definidas, comissões são formadas e doações são organizadas. O principal objetivo é manter a chama da gincana acesa e mantê-la forte.
Ricardo Caresia, que é vice-presidente da liga, destaca a quantidade de provas sociais anuais. “Temos desafios com doação de sangue, alimentos e roupas. Para ter uma ideia, nesta edição arrecadamos mais de 400 doações de sangue e mais de 7.100 peças de roupa. Além dos trabalhos sociais, a gincana também pensa muito em resgatar a história de Blumenau, desse jeito conseguimos conhecer muitas nuances da cidade. Coisas que não teríamos acesso se não fosse a gincana, como por exemplo, as provas de vídeo, nas quais, a gente já teve acesso a cartas de imigrantes que foram enviadas para a Alemanha. Por isso, o grande mote da nossa gincana é a brincadeira, claro, mas também é o resgate histórico e contribuir socialmente para a comunidade”, comenta.
Sobre a Equipe Arromba
Ela entrou para a Gincana de Blumenau no ano de 2000 e conquistou títulos em: 2006, 2014, 2015, 2017, 2019 e agora também em 2022. Desde 2003, a equipe Arromba também é uma ONG, declarada como de utilidade pública estadual e municipal, por seu trabalho social e pela ajuda em pedágios de algumas instituições, além de outras formas de retorno para a comunidade.
Durante esses 22 anos de história, a equipe Arromba já participou de muitas provas, mas Carolina Effting lembra de uma em especial: “Uma que me marcou muito aconteceu há uns quatro anos, quando eu tive que me vestir de sapo e ir até a ponte na frente da antiga Moellmann (Ponte Adolfo Konder) vestida assim. Além das provas sociais e históricas, também temos as de ‘pagação’ de mico. Sendo assim, para ser gincaneiro você tem que enfrentar tudo. Na prova, tínhamos que identificar qual era a espécie de sapo por um áudio com um coaxar, na entrega uma pessoa tinha que se fantasiar de sapo e bater uma foto na ponte. Teve outro desafio em que eu tive que me vestir de cachorro, mas no meio do caminho o QG me ligou dizendo que era um leão e eu tive que me virar!”, conta em meio a risos.
Marianka Caresia, comenta sobre a experiência de ganhar o hexa. “No momento que precede o anúncio do resultado, sempre ficamos na expectativa. Nós achávamos que tínhamos ido muito bem, mas mesmo assim estávamos muito nervosos. Não tem como descrever o momento, é uma sensação de realização e de trabalho cumprido”, relata.
Prova do vídeo: Mini-documentário sobre Fritz Müller
Todos os anos, as equipes têm que realizar a prova de vídeo. Sempre com temas diferentes, os grupos precisam contar uma história em cinco minutos. “Esse ano o tema era: personalidades de Blumenau. Mas até chegarmos na escolha do Fritz Müller foi uma discussão bem grande, pois queríamos contar algo novo. Então, decidimos abordar uma narrativa ainda desconhecida por muitas pessoas sobre ele. O nosso vídeo mostra o filho que ele perdeu, uma filha que se matou e outros fatos que ainda não são tão conhecidos. Mostramos a vida pessoal dele, não só o seu trabalho e esse foi o diferencial”, comenta Carolina.
Jarbas ainda ressalta que todos esses materiais produzidos pelas equipes são usados pela comunidade. “Até as escolas acabam usando essas produções. Já fizemos vídeos sobre drogas, violência, bullying, entre outros. As equipes juntas, geram muitos conteúdos que ficam disponíveis para a comunidade acessar”, ressalta.
Por que virar um membro da Gincana de Blumenau?
Todos os quatro, relataram seus motivos para participar. Mas, palavras como desafio, competição, potencial e amizade, sempre se destacavam. “Eu entrei como um passatempo, mas dali acabou surgindo uma amizade, que depois virou uma família. Nós viramos compadres, casais foram formados e daí vieram os filhos. Nós evoluímos muito. Tanto que já estamos indo para a segunda geração de gincaneiros, digamos assim. Acaba que não é somente a gincana, somos amigos e todos sempre buscam dar o seu melhor na vida profissional e pessoal. Somos uma família que sempre está disposta a aceitar mais membros”, finaliza Jarbas.
Como se tornar um membro?
É bem simples. O primeiro passo é escolher uma das equipes participantes da Gincana de Blumenau: Amigos do Barney, Arromba, Capitão Caverna, Coringas, Lambda Lambda, Mik Dundee, Tribo dos Anjos e Safari. Depois basta mandar uma mensagem para a equipe informando sobre o desejo de participar e começar a frequentar os encontros.
Assista à entrevista completa disponível no Canal do Mesorregional:
*Esta reportagem também está disponível na página 15 da versão impressa do Jornal Mesorregional, edição nº 04.
Foto: Wellington Civiero/Mesorregional.