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Judiciário suspende R$ 77 milhões de investimento para hospital de campanha do Governo de SC

Um hospital temporário, que seria montado e após seis meses toda a estrutura iria ser desmontada, juntamente com a dispersão de profissionais, ficando para Santa Catarina apenas alguns equipamentos, com curto de R$ 77 milhões para os cofres do Estado . Foi isso que o Poder Judiciário enxergou e pediu explicações ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL).

A desembargadora Vera Lúcia Ferreira Copetti, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), acatou os argumentos do Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS) e concedeu liminar em mandado de segurança para suspender a contratação do Hospital Psiquiátrico Espírita Mahatma Gandhi, de São Paulo, para a instalação de um hospital de campanha que pode ser instalado em Itajaí para auxílio de pacientes vítimas do Covid-19, entre outras situações.

Para a magistrada o INCS tem razão em questionar os R$ 76.944.253,60, pois  “há efetivo risco de que seja selecionada proposta menos vantajosa para a Administração Pública (no importe aproximado de R$ 2.000.000,00), prática que se deve, sempre que possível, rechaçar, especialmente em situações de rave crise econômica, tal como a ora vivenciada”.

Hospital de Campanha em Goiás terá o dobro de leitos (unidades semi-intensivas) e custará apenas R$ 10 milhões em 4 meses 

O deputado estadual Ivan Naatz (PL) comentou a situação de Santa Catarina através das redes sociais, comparando o valor da situação com o hospital de campanha contratado pelo Ministério da Saúde que está sendo instalado em Águas Lindas (GO), no Entorno de Brasília (DF) e que irá atender pacientes dos dois estados (Goiás e Distrito Federal).

“Pelo contrato que o governo firmou com essa empresa, cada leito de UTI iria custar cerca de R$ 770 mil… Como eu já vinha alertando… tudo isso é muito ruim, porque defendemos os hospitais de campanha, mas não dá para acreditar nesses números e informações desencontradas aqui em Santa Catarina. Nós estamos de olho, estamos fiscalizando!” comentou Naatz.

A estrutura do hospital contratado pela União terá o dobro leitos do que o que Carlos Moisés pretende montar em Itajaí custa cerca de apenas 12,9% do valor. Uma diferença significativa, mesmo que em Goiás os leitos sejam adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores, mas com área construída será de 115×30 metros, além de uma área de 20×75 metros de suporte, com refeitório e alojamento para os profissionais de saúde, sendo um total de 200 unidades.

Uma outra comparação de volume de gasto vem da cidade de Recife, no Pernambuco, onde há três hospitais e campanha, com estimativa de chegar a 531 leitos (enfermarias e UTI) sendo que o primeiro deles já foi entregue (Hospital Provisório Recife 1, com 100 leitos de UTI e 60 de enfermaria). Tudo, considerando os três hospitais de campanha, compra de máscaras, aparelhos, contratação de profissionais e equipamentos de proteção individual foram investidos R$ 186 milhões.

Hospital Provisório Recife 1 – Fotos: Andréa Rêgo Barros/PCR

Em Blumenau prefeitura investiu em estrutura que servirá para sempre

Um bom exemplo vem de Blumenau, onde a Prefeitura, com auxílio do Governo Federal investiu no Hospital Misericórdia, da Vila Itoupava, que não deve atender vítimas do novo coronavírus, mas num caso de tumulto atenderá outras situações para desafogar os maiores hospitais, localizados no Centro da cidade.

O prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) afirma que durante e depois da crise gerada pela pandemia, toda a nova ala e os novos leitos estarão disponíveis para a população utilizar. O reforço com novos leitos de enfermaria e também de equipamentos visa encaminhar para o Hospital da Vila mais atendimentos no futuro, principalmente com o atendimento de casos menos complexos, como cirurgias eletivas.

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