Maior estudo do mundo já feito sobre cloroquina não encontra benefício no combate ao novo coronavírus
Uma pesquisa realizada com 96 mil pacientes sobre o uso da cloroquina para tratamento do novo coronavírus (Sars-CoV-2) publicada hoje (22) por uma das revistas científicas mais bem conceituados do planeta, a “The Lancet” – que também acompanha o desenvolvimento de vacinas contra o vírus – conclui que o uso da hidroxicloroquina não apresenta benefícios no combate à Covid-19.
Para se ter uma ideia do tamanho do estudo, foram observados 96.032 pacientes com idade média de 54 anos, internados em 671 hospitais de seis continentes, internados entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril de 2020, concluindo que o uso da substância tem risco de provocar arritmia cardíaca durante hospitalização.
Os autores do estudo mostraram que o uso de cloroquina, incluindo em combinações com outros medicamentos também aprovados, gera um risco maior de morte hospitalar. O resultado vai na contramão do Ministério da Saúde brasileiro que divulgou uma diretriz que autoriza o uso d o medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes com sintomas leves.
“Não foi possível confirmar um benefício da hidroxicloroquina ou cloroquina, quando utilizado isoladamente ou com um macrólido, nos resultados hospitalares do COVID-19. Cada um desses esquemas medicamentosos foi associado à diminuição da sobrevida hospitalar e a um aumento da frequência de arritmias ventriculares quando usado no tratamento do COVID-19.” interpretam os cientistas que realizaram a pesquisa.
Foto: Jefferson Santos / Mesorregional