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Meu filho nasceu com fissura, e agora? A resposta é: “Vai ficar tudo bem!”

Em homenagem ao Dia da Conscientização Sobre Fissura Labiopalatina, o Mesorregional conta hoje a história de Vanessa Corrêa da Silva, que mora em Florianópolis e é mãe do Vinícius Corrêa Vieira, 7 anos, que nasceu com a condição de Fissura Unilateral Transforame, ou seja, a fissura acometeu lábio, gengiva e palato completo.

Ela conta que o momento mais doloroso de todo o processo foi a descoberta, quando recebeu a notícia durante o ultrassom morfológico, aos 5 meses de gestação. Foi uma desconstrução de tudo aquilo que haviam sonhado para o seu bebê. Sentimentos como medo e tristeza tomaram conta da família, com dúvidas, pois em pesquisas na época só encontravam casos terríveis de Fissura. Em conversas com a obstetra, foi indicado um profissional de Florianópolis, que passou as primeiras informações técnicas sobre o assunto. e uma amiga comentou sobre o Centrinho Prefeito Luiz Gomes, em Joinville.

E por conta da indicação da amiga, resolveram ir até Joinville.Chegando no Centrinho, foram recebidos pela Jacirema Bentes, assistente social e a forma como foram acolhidos transformou a vida deles, por ouvirem alguém falando sobre a fissura com tanto amor.Lá ficaram sabendo de como seria o tratamento, todos os profissionais que teriam envolvimento e a certeza de que tudo ficaria bem.

E foi o que aconteceu. Vinícius faz tratamento desde os 19 dias de vida no Centrinho Joinville, serviço da prefeitura da cidade que atende pacientes de todo Estado de SC pelo SUS. O tratamento é feito por uma equipe interdisciplinar completa (cirurgião plástico, fonoaudióloga, pediatra, fisioterapeuta, psicóloga, geneticista, assistente social, enfermeira, odontopediatra, ortodontista, otorrino, etc.). Ele fez sua primeira cirurgia (queiloplastia, o fechamento do lábio) aos 6 meses de vida e a segunda cirurgia (palatoplastia, o fechamento do palato) quando tinha 1 ano e meio.

Estágios do tratamento do nascimento até hoje

As consultas ambulatoriais com os diversos especialistas são feitas regularmente e o tratamento seguirá até seus 20 anos, aproximadamente, quando estiver completamente reabilitado. Agora, aos 7 anos, está usando aparelho ortodôntico para preparar para o enxerto ósseo (próxima cirurgia que deverá fazer com mais ou menos 9 anos), que é quando se retira um pedacinho de osso da bacia para enxertar na gengiva, que também tem fissura.

Sobre o projeto

Por conta de todo o envolvimento com seu filho, criou o projeto “A Luz do Teu Sorriso” em 2014, com a intenção de retribuir todo o carinho que recebeu no tratamento do seu filho e ajudar essa instituição. Inicialmente seria um show musical para chamar atenção da sociedade para a causa da Fissura e para divulgar o trabalho do Centrinho. A apresentação aconteceu no dia 19 de julho de 2014 no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis, e contou com artistas de renome da região. Toda a renda foi revertida para a Profis Joinville, entidade que presta assistência aos pacientes do Centrinho Joinville. Em Agosto de 2014, o projeto foi vencedor do Prêmio IGK (Instituto Guga Kuerten) e o prêmio em dinheiro também foi direcionado para a Profis Joinville.

Atualmente, o Projeto promove ações para captação de recursos para Rede Profis, entidade que engloba mais de 30 associações que lutam pela causa da Fissura no país. Além disso, organiza encontros entre as crianças e famílias que já passaram por esse condição, desenvolvem conteúdo de sensibilização. Vanessa complementa que : “o que fazemos de mais importante: acolhemos mães gestantes que nos procuram com aquele mesmo sentimento de aflição e tristeza que sentimos na nossa descoberta. Aqui somos amor, informação, orientação e caminho para o melhor tratamento.”

Foto: Arquivo Pessoal Vanessa Corrêa da Silva

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