Moradores da região da Escola Agrícola relatam aumento da sensação de insegurança

A sensação de insegurança vem aumentando em mais uma região de Blumenau, agora no bairro Escola Agrícola e entorno, pelo aumento de relato de situações de furtos e pelo aumento visível de moradores em situação de rua e usuários de drogas. Situação é comprovada pelos inúmeros contatos que o Mesorregional, que tem sede no bairro, vem recebendo.

Câmaras de vídeo monitoramento flagram constantemente ações criminosas de menor potencial, mas que lesam os moradores de uma das regiões considerada mais tranquilas e melhores para viver na cidade, mas parece que algumas questões estão mudando, realmente para pior. Os relatos aumentaram e registros aumentaram consideravelmente após a concentração de atendimento para a população em situação de rua sede da antiga ABAM (Associação Blumenauense de Acolhimento a Criança e ao Adolescente), onde hoje funciona o AMBLU (Abrigo Municipal), na Rua José Fischer, uma transversal da Rua Benjamin Constant.

Comerciantes locais, que pedem para não terem seus dados divulgados, por medo de represálias afirmam que várias vezes por dia há pedintes em suas portas. “Abro cedo meu estabelecimento e já no amanhecer do dia, eles saem do abrigo e vem aqui pedir café e lanche de graça, não tenho condições para isso e se nego, alguns agem com ameaças a até violência” comenta angustiada a proprietária de uma lanchonete.

Até mesmo moradores de condomínios possuem medo de represarias em apresentar denúncias, mas vale lembrar que o registro de boletins de ocorrências é fundamental para que os responsáveis por ações de segurança pública tenham noção da realidade da região. Em prédios das ruas Engenheiro Weitnauer e Luiz Abry, por exemplo, portas de alumínio e uma bicicleta foram furtadas nos últimos dias, sendo que essas algumas das ações dos marginais que foram flagradas.

Na região da Rua Osvaldo Dai, no bairro Salto, um indivíduo também entrou em um imóvel no último dia 03 e furtou dois notebooks, relógio, corrente de ouro e outros pertences de um casal jovem, que inclusive, utilizavam os computadores para atividades profissionais e estão tendo prejuízos significativos e foram atrás de imagens da ação, na tentativa de identificação do ladrão e posterior recuperação dos equipamentos, mas até agora, nada.

Na madrugada desta sexta-feira (09) também foi furtado um food truck, utilizado para a renda extra de uma família, que empreende com atendimento de lanchas á noite na Rua José Deeke.

Além das situações onerosas aos moradores e comerciais, volta e meia a Polícia Militar, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e/ou o Corpo de Bombeiros Militar, são acionados nesta mesma região para atendimento das mais diversas situações, como brigas, outras ações violentas e surtos em via pública, dessa população que acaba ficando na região ao não aceitarem as regras do Abrigo Municipal.

Uma dessas situações de agressão foi registrada no último dia 5 na Rua Benjamin Constant, próximo á saída da Rua José Fischer, no quarteirão onde há quatro escolas, desde duas de educação infantil, uma fundamental e a outra do Ensino Médio, em que país e principalmente mães, relatam medo, pelas constantes abordagens de pedido de dinheiro. Nesta ocasião, enquanto o agredido era atendido outros moradores em situação de rua, passaram pelo local e desaforaram até mesmo os policiais, situação flagrada pelo Mesorregional:

Resposta da Polícia Militar

O Mesorregional consultou a Polícia Militar (PM) sobre essas situações, e o tenente Luiz Miguel, responsável pelo setor de Comunicação Social do 10º Batalhão de Polícia Militar, respondeu informando que a PM faz a sua parte e que trabalham para redução de índices, mas que cerca de 80% de presos em flagrante, acabam recebendo benefícios previstos em lei. Confira a resposta do 10º BPM na íntegra:

A Polícia Militar informa que reforçará o policiamento na região, e destaca alguns dados importantes para a sociedade. O número de furtos em comparação ao ano passado reduziu em 5% e atuação da PM é diária no combate à criminalidade e atendimento de ocorrências de furto, com a consequente prisão de autores do crime ao longo da cidade.

Somente no mês de novembro foram realizadas a prisão de 18 pessoas, e quase 150 pessoas ao longo do ano somente pelo crime de furto. No entanto, cerca de 80% desses presos não permanecem reclusos.

Destaca-se que os indivíduos que cometem os furtos normalmente são os mesmos, ou seja, são reincidentes, com inúmeras passagens pelo mesmo tipo penal, inclusive já tendo sido presos anteriormente pelo mesmo delito.

De qualquer forma, o 10º Batalhão de Polícia Militar continuará suas ações diárias, buscando proporcionar maior sensação de segurança aos cidadãos de Blumenau.