Nicolás Maduro declarado vencedor nas eleições da Venezuela em meio a controvérsias internacionais
O ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor das eleições venezuelanas realizadas ontem (28), conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto seu principal opositor, Edmundo González Urrutia, alcançou 44,02%. O resultado foi divulgado mais de cinco horas após o fechamento das urnas, devido a uma alegada “agressão ao sistema” eleitoral, conforme afirmou o CNE. Diversos países estão cobrando a divulgação das atas das seções eleitorais para garantir a transparência do processo.
Em discurso diante do Palácio de Miraflores em Caracas, Maduro prometeu defender a democracia e a soberania da Venezuela, denunciando um “ataque hacker” ao sistema do CNE que teria como objetivo impedir a divulgação dos resultados oficiais. “Prevaleceu a voz da paz,” declarou Maduro, enfatizando que não permitirá que a violência seja desencadeada no país.
Por outro lado, a líder da oposição María Corina Machado, aliada de González Urrutia, reivindicou a vitória afirmando que a oposição obteve 70% dos votos. “Todos sabemos o que aconteceu hoje. A Venezuela tem um novo presidente, que se chama Edmundo González Urrutia,” declarou Machado.
A comunidade internacional mostrou reações mistas. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou “sérias dúvidas” sobre a apuração dos votos, enquanto o presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente do Chile, Gabriel Boric, também questionaram a legitimidade dos resultados, pedindo transparência completa das atas eleitorais. O Peru convocou seu embaixador em Caracas para consultas.
Por outro lado, aliados do chavismo como China, Irã e Rússia reconheceram o resultado. Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirmou estar disposto a continuar o trabalho construtivo em questões bilaterais e internacionais.
Maduro, que está no poder desde 2013, poderá governar até 2030, o que o faria superar os 14 anos de mandato de seu mentor, Hugo Chávez.
O alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, também cobrou “plena transparência” dos resultados, destacando a importância de respeitar a vontade do povo venezuelano e garantir a contagem detalhada dos votos.
Até o fechamento desta matéria o governo brasileiro não havia se manifestado sobre o suposto resultado das eleições na Venezuela. A informação é de que o governo aguarda a divulgação das atas para fazer a manifestação.
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